Entenda como russos usavam empresas goianas para viver vida de luxo

PF investigou grupo criminoso que estaria utilizando recursos obtidos por meio de crimes para adquirir imóveis, carros e joias

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Além da apreensão de imóveis e joias, a PF também identificou uma grande quantia de dinheiro em espécie. (Montagem: Reprodução)

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (27), a Operação Brianski, que investiga um grupo russo que estaria cometendo crimes de lavagem de dinheiro, onde utilizavam empresas de Goiás na articulação.

Foram presas dez pessoas, que, supostamente, estariam participando da ação. Dentre elas, duas em Goiânia, seis em Florianópolis (SC) e duas em Eusébio (CE).

A PF teria detectado movimentações suspeitas dos estrangeiros há aproximadamente um ano e meio. Isso porque eles teriam chegado à cidade catarinense já ostentando produtos e imóveis de luxo, sem declarar nenhum tipo de renda.

Logo, a operação teve início, para entender de onde viriam estes recursos.

Foi constatado pela investigação que os criminosos estariam utilizando recursos de crimes praticados ainda no exterior, por meio de criptomoedas.

Os suspeitos, inclusive, já tinham sido condenados anteriormente na Rússia, por crimes de fraude e roubo, e utilizaram o Brasil como destino de fuga.

No entanto, a fortuna estava sendo movimentado por meio de exchanges, instituições responsáveis por negociar as moedas digitais. O câmbio era feito em empresas sediadas no Brasil, trocando as criptomoedas por dólares e pelo dinheiro nacional.

Dentre estas instituições, algumas delas estavam localizadas em Goiás, onde a lavagem e desvio dos bens eram realizados.

O Delegado Cleo Matusiak Mazzotti, responsável pelo caso, definiu a articulação como um “processo complexo”.

“[Os criminosos] faziam os depósitos em contas vinculadas, tanto aos alvos, quanto em empresas abertas pelos alvos, e eles abriam muitas empresas no Brasil”, explicou o delator.

Com os mandados de prisão emitidos, os suspeitos tiveram grande parte dos bens apreendidos. Dentre eles, diversos imóveis, veículos e joias.

O delegado também destacou que alguns dos investigados irão usar tornozeleira eletrônica, além do bloqueio de contas bancárias.

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