Ação do MPGO pode garantir justiça para a família de estudante de Anápolis assassinado a facadas

Na última tentativa, ausência de advogado de defesa fez com que o tribunal do júri fosse adiado

Samuel Leão Samuel Leão -
Júri popular do caso Jehan Paiva, no dia 07 de novembro de 2023. (Foto: Samuel Leão)

Após ocorrerem adiamentos consecutivos no julgamento do homem acusado de assassinar Jehan Paiva, estudante de odontologia da UniEVAGÉLICA, morto com um golpe de canivete durante uma calourada há mais de 10 anos, o Ministério Público de Goiás (MPGO) decidiu solicitar um recurso excepcional, através do promotor responsável pelo caso – que designou um advogado de reserva para o réu.

Ao Portal 6, o titular da 6ª Promotoria, Eliseu Belo, relatou que tal atitude foi tomada visto que, na última audiência, ocorrida no dia 07 de novembro de 2023, a ausência do advogado de defesa resultou na postergação da decisão.

“Essa atitude não é muito comum, ocorre exatamente quando a gente percebe que a defesa usa algumas estratégias para protelar o julgamento. Então, nesses casos raros, a gente adota uma cautela para garantir que o procedimento legal aconteça”, explicou.

Ele complementou dizendo que, assim, o réu acaba se defendendo independentemente da presença do advogado contratado. Vale ressaltar que, na última ocasião, a ausência foi não só do advogado de defesa como também da promotora responsável.

À época, a Associação Goiana do Ministério Público (AGMP) emitiu uma nota justificando a ausência da profissional.

No documento, a AGMP afirmou que o MP solicitou ao Poder Judiciário, na semana anterior, para que a sessão fosse redesignada para outra data, tendo em vista que promotora havia sido intimada para atuar em outro processo criminal, no mesmo dia.

Ainda segundo a associação, este outro processo se tratava de um caso no qual a ré se encontra em prisão cautelar, e que, de acordo com a orientação da própria Corregedoria do MPGO, devem ter autuação prioritária.

A data sugerida para que o tribunal do júri ocorresse era já na semana seguinte, porém, o pedido não foi acatado, e o julgamento ficou para o dia 25 de março de 2024.

“Esperamos que tudo se resolva a que a justiça seja finalmente feita. Acredito que não é uma medida comum, o que mostra que o caso requer um cuidado especial. Meu filho se foi há uma década e o assassino segue solto até agora, isso é inacreditável”, desabafou José Paiva, pai da vítima.

Agora, a próxima etapa do processo será a reunião, do promotor designado com os familiares da vítima, marcada para ocorrer na próxima quarta-feira (06), em Anápolis.

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