Coisas que o prefeito de Anápolis poderia fazer antes de terminar o mandato

"É uma irresponsabilidade e um desperdício dos recursos públicos, além do cinismo de falsas soluções"

José Fernandes José Fernandes -
Coisas que o prefeito de Anápolis poderia fazer antes de terminar o mandato
(Foto: Arquivo Pessoal/ José Fernandes)

Hoje (22), tive a oportunidade de conversar com dois proprietários de imóveis localizados na Avenida Miguel João com a Amazílio Lino. Discutimos os danos causados pelo temporal ocorrido na região há pouco mais de um ano, que resultou inclusive em mortes, e avaliamos a situação atual.

Os imóveis estão danificados e abandonados pelos inquilinos, com móveis destruídos e ainda é visível o rastro da inundação, alcançando uma altura de até 02 metros. Perguntei se o Poder Público procurou auxiliá-los ou oferecer alguma forma de ajuda. Eles responderam enfaticamente que “NÃO”, mencionando que nem mesmo a Defesa Civil do município se envolveu.

Ao final da conversa, perguntei o que esperam dos agentes públicos após tantos prejuízos e ainda permanecerem em área de risco. Um deles respondeu, apelando para que Deus sensibilize o coração do prefeito e ao menos viabilize a isenção do IPTU. Ele ainda destacou que mora no local há 50 anos e nunca viu tanto descaso das autoridades.

Como estamos no fim da gestão deste prefeito, não acredito que veremos obras que resolvam os sérios problemas de impactos ambientais. No entanto, seria possível considerar a renúncia fiscal para esses imóveis, como a isenção do IPTU. Isso já seria um gesto de humanidade e ainda há tempo para isso.

Temos desafios em diversas regiões de Anápolis, como na Avenida Perimetral Oeste – onde cresci e vivi na chamada “invasão do Anapolis-City”. Também há processos erosivos nas margens do córrego João Cesáreo, ao lado do Brasil Park Shopping, e outro na Rua Pérola, no Jardim Ana Paula, entre outros.

Há pareceres técnicos indicando soluções baseadas na natureza. Esperamos que essas soluções saiam do papel, pois estamos presenciando áreas com lençol freático aflorando, aterros com resíduos urbanos, projetos deficitários e superfaturados, ausência de um sistema de drenagem eficiente e áreas sem contenção dos taludes da pista.

É uma irresponsabilidade e um desperdício dos recursos públicos, além do cinismo de falsas soluções como placas de “perigo alagamento”.

Anápolis precisa dos anapolinos. É isso.

José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo MDB. Escreve todas as sextas-feiras. Siga-o no Instagram.

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