‘Cabeça de Ozempic’: especialista goiano explica o que causa efeito como o da cantora Maiara

Termo ganhou força após alguns artistas surgirem mais magros e com rosto desproporcional ao corpo

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Cantora Maiara, que faz dupla com Maraisa. (Foto: Reprodução/ Instagram)

Rosto ‘derretido’, flacidez e desproporção em relação ao corpo. Apelidado de ‘cabeça de Ozempic’, o termo vem sendo utilizado entre internautas devido à aparência de alguns artistas que, de forma rápida, surgiram mais magros, como o caso da cantora Maiara, da dupla com Maraisa, que revelou estar pesando 47 kg atualmente.

Devido a velocidade da perda de peso e os efeitos de desconformidade, usuários atribuem a reação – mesmo sem confirmação das celebridades sobre o uso do remédio – ao popular medicamento Ozempic, usado para o tratamento de diabetes tipo 2 e autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também para combater a obesidade.

Mas, ao contrário do que muitos pensam, os efeitos da ‘cabeça de Ozempic’ não são oriundos exclusivamente da medicação e podem ocorrer em outros casos, a depender dos métodos utilizados pelos pacientes e o tempo da perda do peso.

Ao Portal 6, o endocrinologista Matheus Felipe Alves Martins, explica que os efeitos no rosto dos pacientes acontecem devido às rápidas eliminações de gorduras em curto período, especialmente nas pessoas que utilizam o Ozempic sem orientação médica.

Isso porque quando uma pessoa começa a perder peso de forma rápida – podendo ou não estar usando a medicação – as primeiras eliminações ocorrem, normalmente, na barriga e nas coxas.

Já as gorduras que ocupam o rosto são uma das últimas a serem eliminadas, o que, segundo ele, é o principal motivo para a desproporção com relação ao restante do corpo.

“A primeira gordura a ser perdida é a da barriga, que está relacionada com o Acidente Vascular Cerebral (AVC), por exemplo, e depois das coxas. A gordura do rosto, que são coxins gordurosos, no processo de emagrecimento também podem ser perdidas, mas em menor quantidade e até depois do processo, porque elas são uma das últimas a serem perdidas”, diz.

Embora seja uma possibilidade, o efeito não é uma regra. Segundo o especialista, alguns pacientes podem ter uma eliminação de gordura na região do rosto proporcional a outras partes do corpo.

Em alguns desses casos, segundo ele, há também a chance de ocorrer uma flacidez ou o chamado efeito “rosto derretido”, podendo ser de caráter temporário ou definitivo.

A explicação é que a situação é decorrente da retirada de grande quantidade de gordura que abrigava parte da face e que, devido ao rápido processo de emagrecimento, sem que a ‘maçã do rosto’ estivesse fortificada.

“Isso é muito individual, tem gente que ocorre de forma proporcional, já outros não. Não tem como determinar. […] Isso pode acontecer também com outros membros do corpo como os braços, membros superiores e outros”, afirma.

Nessas situações, o profissional ressalta a importância dos usuários do medicamento fazerem acompanhamento com um dermatologista, além de praticarem atividades físicas, principalmente durante o uso.

“É importante para combater isso [flacidez e rosto derretido] que a pessoa faça exercícios de musculação. […] Mas nesses casos, tanto de desproporção quanto nos outros, ele ou ela, que faz o uso do medicamento, tem que estar em acompanhamento com o endocrinologista e procurar um dermatologista para fazer o tratamento”, finaliza.

 

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