Deficiente auditivo é vítima de preconceito de jogadores durante partida de futebol

Suspeitos ainda teriam compartilhado ações nas redes sociais

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Homem é vítima de comentários preconceituosos durante partida de futebol. (Foto: Reprodução)

Durante uma partida de futebol, um homem, de 31 anos, acabou sendo vítima de ataques preconceituosos de membros do próprio time. Uma denúncia formalizada foi registrada na delegacia da Polícia Civil (PC) de Quirinópolis na última quarta-feira (16).

Tudo teria ocorrido no domingo (14) em torno das 17h após a vítima, que é deficiente auditiva, ter saído do município localizado no Sudoeste goiano até Chaveslândia, em Minas Gerais (MG), para jogar uma partida pelo time São Cristóvão.

No local, um integrante da equipe, juntamente com outro rapaz, gravava alguns stories, entrevistando jogadores do time e questionando-os como seria a partida.

Ao se deparar com a pessoa com deficiência, perguntou sobre a expectativa para a partida – momento em que a vítima beija a camisa do time, demonstrando apoio.

Logo em seguida, em tom de deboche e em meio a risadas, um outro integrante do time teria falado para “parar a filmagem”. Não o suficiente, o suposto autor ainda teria dito “é foda entrevistar mudo né, cara?”.

As falas foram compartilhadas pelo suspeito por meio de stories do Instagram e em outras redes sociais. Após saber do ocorrido, a vítima, com o apoio da irmã, procurou uma delegacia da PC para denunciar a ação.

Em depoimento, a familiar alegou que essa não teria sido a primeira vez que o irmão sofre preconceito e que ele já teria sido agredido com tapas ao pé do ouvido pelo mesmo companheiro de equipe.

Segundo ela, o  jovem que o entrevistava já teria chegado a “trolar” – enganar – o homem durante uma carona, compartilhar o ato nas redes sociais e colocar na legenda “trolando o mudinho”.

Ainda, após saber da situação, ela teria chamado o presidente do time no WhatsApp do irmão, o avisando que registraria uma ocorrência sobre o fato, mas foi respondida com um “Que bom”, em tom de deboche.

(Foto: Reprodução)

Nas redes sociais, a equipe São Cristóvão alegou que a atitude foi um ato isolado e que era “incompatível” com os princípios adotados pelo time. 

O grupo ainda afirmou que os envolvidos tinham uma desavença pessoal e que não irá se envolver no assunto para não causar exposição desnecessária. 

Por fim, o time ainda lamentou o ocorrido e demonstrou solidariedade à vítima que, segundo eles, “sempre honrou e defendeu nosso time”. 

“O São Cristóvão repudia qualquer atitude impensada, insensata e preconceituosa. Somos um time pequeno que sempre fez questão de acolher a todos, sem distinção”, diz um trecho. 

Nota do time São Cristóvão. (Foto: Reprodução)

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