Entenda solução polêmica da UFG para coibir ataques de cães na instituição

Ao Portal, representantes da universidade explicaram o que será feito com animais com histórico de agressividade e doenças infecciosas

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Número de incidentes com cães e gatos disparou na UFG. (Foto: Guilherme Godói)

Uma decisão da Universidade Federal de Goiás (UFG) tem gerado polêmica, após a instituição anunciar uma resolução para lidar com o grande número de cães e gatos que circulam nos campus da universidade.

Conforme divulgado no dia 26 de abril, a instituição tem enfrentado um aumento na quantidade de ataques destes animais – especialmente cachorros – desde 2023.

Em entrevista ao Portal 6, Ricardo Barbosa, titular da Secretaria de Promoção da Segurança e Direitos Humanos da UFG (SDH), apontou que houve uma mudança de comportamento que deu início a essa preocupação.

“O que aconteceu depois da pandemia para cá, é que esses animais, particularmente os cachorros, mudaram, passaram a ter um comportamento diferente, e fazer ataques por matilhas. Esses cachorros começaram a se juntar em grupos, de até oito, e atacar alunos, servidores, professores”.

Um dos casos motivadores foi justamente o de uma professora (que teve a identidade preservada), que foi ferida na perna após o avanço de um grupo dos animais.

“Por quase um mês, quando ela chegava, ela era acompanhada por seguranças, até chegar no prédio. Ela ia chorando, ficou com problemas emocionais muito fortes”, relembrou.

O secretário destacou que ter cães na UFG não é um problema, visto que a maior parte deles convive pacificamente com os alunos e servidores.

No entanto, apenas nos quatro primeiros meses de 2024, foram registrados 119 incidentes envolvendo animais. Número este que se aproxima da média de 135 anuais, registrados entre 2017 e 2023.

As ocorrências são das mais variadas. Dentre elas, estão: mordidas, quedas de moto e bicicletas, atropelamentos, e entradas dos cães nos restaurantes universitários.

Sendo assim, a UFG entendeu haver a necessidade de fazer um controle, para diminuir os riscos tanto para os animais, quanto para a comunidade acadêmica.

Medidas a serem tomadas

À reportagem, Heliny Carneiro, pró-reitora adjunta de Graduação, que  também coordena a comissão que elaborou a resolução, destacou que providências só serão tomadas em relação a animais que apresentarem histórico de agressividade ou de doenças infecciosas.

“Será feita uma articulação em conjunto com as Prefeituras de Goiânia e Senador Canedo, para determinarmos o melhor destino para estes animais. A UFG fará a identificação deles, preparar uma avaliação, com um laudo, e encaminhar para a Superintendência de Bem-Estar Animal dos municípios, que poderão dar a destinação mais adequada”, detalhou.

Dentre as ações dentro do âmbito da universidade, poderão ser promovidas: a elaboração de um censo dos animais nos campus; a microchipagem de cães e gatos para identificação; ações de tutoria responsável; e campanhas de vacinação e castração.

Contudo, questionada se existe a possibilidade de ser feita a eutanásia dos animais envolvidos nesses incidentes, Heliny disse que, antes dessa opção, serão avaliadas todas as alternativas, de forma garantir a promoção e o bem-estar em primeiro lugar.

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