Estudante goiana relata clima de medo em nova cidade evacuada por conta de enchentes no RS

Moradores de bairros próximos a rio e lagoa já foram retirados das residências e rotina dá guinada no local

Samuel Leão Samuel Leão -
Goiana fala sobre clima em Pelotas, cidade recentemente atingida pelas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul. (Foto: Acervo Pessoal/Divulgação)

Entre as 425 cidades apontadas pelo relatório da Defesa Civil como atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, Pelotas figura como uma das inclusões recentes e enfrenta o desafio de mobilizar evacuações.

Ao Portal 6, a jovem goiana Tainá Muller, de 22 anos, residente do município e estudante de Relações Internacionais pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ela contou sobre a apreensão que tomou conta da população e deu detalhes sobre as ações atuais.

“Está um clima meio estranho, ainda não chegou na mesma proporção que foi em Porto Alegre, e espero que não chegue. Mas várias áreas já foram evacuadas, porque aqui é cercado por dois corpos de água, que são a Laguna/ Lagoa dos Patos e o canal de São Gonçalo”, explicou.

Em monitoramento, os bairros que fazem margem com esse rio e com a lagoa já foram evacuados. Inclusive, esta última, possui 265 km de comprimento e liga a capital à cidade. Ela já teria subido 1 metro acima do nível habitual e as autoridades já teriam alertado para a possibilidade da “maior cheia da história”.

“Abrigos já estão sendo montados, na terça-feira (07), houve uma grande mobilização para deslocar pessoas, porque a Prefeitura emitiu um alerta na segunda (06). Aqui onde eu moro é a única área da cidade que é médio risco, onde não precisamos evacuar, mas temos que ficar atentos para, caso necessário, partir para uma área segura”, complementou.

Aulas foram interrompidas, no entanto, a maioria dos comércios ainda continua funcionando. A jovem caracterizou  o clima como ‘tenso’ e ressaltou que vários pontos de coleta foram montados, visando ajudar outras cidades mais afetadas.

“O Rio Grande do Sul me recebeu muito bem, me acolheu. É uma situação muito difícil, pois quem mais está sofrendo são as pessoas que moram em cidades pequenas, na beira de rios, tenho uma colega que de São Jerônimo que teve a casa invadida pela água, uma situação terrível”, lamentou.

A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB) ainda acompanhou a montagem de barreiras de contenção, na noite desta quinta-feira (09), na região do porto da cidade. A ação uniu esforços de servidores municipais, voluntários e do Exército Brasileiro.

Prefeita de Pelotas acompanha força-tarefa. (Foto: Divulgação)

Ainda segundo o relatório da Defesa Civil, publicado na manhã desta sexta-feira (10), apenas 62 cidades, do total de 497 no estado, não foram atingidas por nenhum impacto relacionado às enchentes e chuvas. Confira onde doar mantimentos para as vítimas em Anápolis e em Goiânia.

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