Operação que teve Denes Pereira como alvo teve início em julho de 2023
Grupo burlava licitações realizando ata de registro de preço em outros municípios


Titular da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), Francisco Lippari deu mais detalhes nesta quinta-feira (06), sobre a Operação Transata, deflagrada na manhã da última quarta-feira (05).
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, sendo um deles contra Denes Pereira (SD), então secretário de Infraestrutura da capital. A celebração de 07 contratos entre a Prefeitura de Goiânia e as empresas investigadas também estão sob suspeita.
Segundo Lippari, a apuração iniciou-se em julho de 2023, após a denúncia de que uma empresa que possuía contrato de R$ 4 milhões com o Paço Municipal, estava registrada no nome de um funcionário, utilizado como laranja. A prática caracteriza crime de falsidade ideológica.
O modus operandi do grupo funcionava da seguinte forma: ao invés de realizar licitação própria, era solicitada a tomada de preços especial. Na prática, a Prefeitura de Goiânia entrava em contato com prefeituras de outros municípios para pedir documentos de processos licitatórios semelhantes – sendo eles Araxá (MG), Canarana (MT), Campo Grande (MS), Pesqueira (PE) e Vitória da Conquista (BA).
“Como regra, sabemos que as contratações devem ser feitas por meio de licitação em alguma modalidade escolhida pela Administração Pública, mas também há a possibilidade de adesão a ata de registro de preços de outros entes. Nesse caso específico, nós vimos que a adesão a essas atas foi uma forma de burlar a necessidade de realização de processo licitatório. E com isso foi favorecido esse grupo empresarial que em tese está envolvido nesse esquema de registro de empresas em nome de laranjas”, explicou o delegado.
A partir de agora a investigação vai se debruçar sobre os documentos apreendidos durante a operação e as quebras de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos. Só será possível saber o papel de cada um no esquema após a conclusão do inquérito.