Comportamento e habilidades da Geração Z desafiam empresas e mercado de trabalho
Para a recrutadora de RH, Adriana Maciel, público dessa faixa de idade busca trabalhar por um propósito
Em meio à realidade da situação de pleno emprego que vem sendo discutida no país, a Geração Z é uma das que representam a maior oferta de público ativo empregável, pois corresponde à população entre os vinte e poucos aos trinta e poucos anos de idade.
Mas não é somente a questão da escassez de mão de obra, que essa faixa populacional se torna mais criteriosa quando se fala em busca de emprego, é o que garante a especialista em Recursos Humanos, Adriana Maciel.
Ao Portal 6, ela, que é mestre em psicologia e líder da Seção de Recrutamento e Seleção Sesc/Senac Goiás, classifica os pertencentes a essa geração como o “retrato do futuro do trabalho”, que demonstram perfil desafiador para as empresas e para as relações.
Atração e permanência
O principal, segundo a especialista, é ligado à atração e permanência deles nas empresas. “Esses jovens vêm com muitas habilidades, são muito tecnológicos, inovadores, criativos e resolutivos. Habilidades valiosas”, define.
Mas, por outro lado, Adriana revela que, diferente de outros, o público não está interessado em salário ou estabilidade dentro da organização. ”Ele está procurando reconhecimento, valorização, flexibilidade, que tenha home-office, horário de trabalho flexível”, enumera.
Mais que um trabalho
Além desse perfil inicial, a recrutadora conta que os da Geração Z reivindicam olhar diferenciado. “Querem que a empresa ofereça equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Quer se ausentar para cuidar do corpo e do emocional”, cita.
Ela continuou dizendo que a busca do público é trabalhar por um propósito. Ou seja, o que a empresa oferece para a sociedade deve estar alinhado ao que ele pensa.
“As organizações que têm esse olhar de sustentabilidade, de responsabilidade social, diversidade, inclusão, são as empresas em que essa geração tem maior interesse em atuar”, menciona.
Outra característica, segundo a especialista, gira em torno do tempo de resposta relacionado à rapidez de crescimento profissional e à relação organizacional. “São altamente ambiciosos. Buscam retornos rápidos. No reconhecimento e na resolução dos conflitos”, pondera.
Digitais
Segundo a recrutadora, a maior atratividade desse público é para as áreas tecnológicas. “Eles vêm com essa pegada bem conectada, informatizada, comunicação mais rápida, mais fluída. A tendência de busca são áreas que envolvem a tecnologia”, entende.
Nesse cenário, a especialista agrega outro desafio. Ela destaca que muitos entraram no mercado de trabalho em meio à pandemia, onde a comunicação foi mais online e que isso gera dificuldade nas relações sociais no trabalho presencial.
“As habilidades técnicas são fáceis de serem ensinadas e treinadas. Agora, as habilidades que envolvem as relações é onde geralmente acontecem o maior número de desligamentos”, finaliza, dizendo que é interessante aliar tecnicidade às habilidades de convívio social.