SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador da Colômbia Miguel Uribe Turbay, que foi baleado no sábado (7) em Bogotá, apresentou sinais de melhora neurológica, mas segue internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), segundo boletim divulgado pelo hospital nesta quarta-feira (11).
“Apesar da gravidade de seu estado, há sinais de melhora neurológica devido à diminuição do edema cerebral. Também há evidências de uma tendência à estabilização hemodinâmica”, afirmou a Fundação Santa Fé, onde o político está internado.
Líder do Centro Democrático, o principal partido de direita do país e opositor do presidente de esquerda Gustavo Petro, Uribe foi alvejado com três tiros enquanto discursava durante um comício. Ele é pré-candidato à Presidência no pleito do próximo ano.
Uribe passou por uma cirurgia na cabeça e na perna. “O senhor Uribe Turbay continua em estado grave e permanece sob monitoramento neurológico rigoroso e manejo integral com os suportes necessários”, informou o hospital.
O ataque contra Uribe elevou as tensões no país e fez a população reviver o terror dos assassinatos de políticos e presidenciáveis no fim da década de 1980 e início dos anos 1990. Um adolescente de 14 anos suspeito de ter atirado no senador foi detido e se declarou inocente.
O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, afirmou que o menor foi usado por criminosos, e as autoridades procuram os autores intelectuais do ataque.
Na terça-feira (10) a onda de violência escalou ainda mais: um ataque com fuzis e explosivos, incluindo carros, motos e ônibus-bomba, mataram sete pessoas e deixaram outras 28 feridas na cidade de Cali e em municípios vizinhos.
O Estado-Maior Central (EMC) -principal dissidência das extintas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e liderada por Iván Mordisco, o criminoso mais procurado do país- atua na região e mantém uma guerra contra o governo de Gustavo Petro. Sem assumir a responsabilidade pelos ataques, os guerrilheiros do EMC emitiram um comunicado orientando civis a não se aproximarem de bases militares e policiais.
Os ataques ocorrem no mês que marca o aniversário da morte de um dos principais líderes dos dissidentes, Leider Johany Noscué, conhecido como Mayimbú. Ele foi baleado em um confronto com a polícia em 2022.
Os episódios põem Petro, que é acusado pela oposição de incitar a violência, sob pressão. O presidente, que prometeu “uma caça” aos responsáveis pelo atentado contra Uribe, apenas se manifestou sobre os novos ataques em Calí no fim do dia, por volta das 18h de terça.
Ele afirmou em um post no X que solicitou “uma reunião com as lideranças militares e policiais em Cali”. Segundo o presidente, “todas as informações que ligam os escritórios da máfia da região ao ataque ao senador Uribe Turbay serão estudadas”.