E-mails anônimos abalam eleição para reitoria da UFG
Acusações contra chapa favorita chegaram por disparo em massa e geraram reação imediata do ex-reitor Edward Madureira


Um verdadeiro show de horror tomou conta da Universidade Federal de Goiás (UFG) nas últimas horas. Acusações pesadas e anônimas contra Camila Caixeta, vice na chapa UFG Atenta e Forte, chegaram por disparo em massa no e-mail de alunos, professores e técnicos-administrativos da instituição. O ataque aconteceu justamente às vésperas da eleição para reitor, marcada para os dias 24 e 25 de junho.
As mensagens, que circularam amplamente nas redes sociais, trazem alegações sobre a gestão de Camila Caixeta quando ela ocupou o cargo de diretora de Assistência Estudantil durante o mandato do ex-reitor Edward Madureira, atualmente vereador de Goiânia pelo PT.
O conteúdo inclui documentos e vídeos que questionam programas como PAPE (Programa de Participação em Eventos) e PADarq (Programa de Apoio para Estudantes da FAV).
Rápidas apurou que até o momento não se sabe quem foi o responsável pelo disparo em massa. A reação imediata da chapa e do próprio Edward Madureira, que saiu em defesa do legado dele e de Camila Caixeta através das redes sociais, indica que esse ataque às vésperas da eleição com certeza produziu impacto e gera temor de que isso possa afetar o resultado que já era dado como certeiro da vitória da chapa UFG Atenta e Forte.
A chapa é liderada por Sandra Mara Matias Chaves (Sandramara), que já havia vencido a consulta à comunidade acadêmica em 2021 com 3.309 votos, mas não foi nomeada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Agora, com o compromisso do governo Lula de respeitar os resultados das universidades, crescia a expectativa de que o nome mais votado seria efetivamente nomeado.
Edward Madureira usou suas redes sociais para rebater o que chamou de “desinformação e fake news” espalhadas na UFG. Em post no Instagram, ele defendeu tanto o legado que imprimiu à frente da instituição quanto a atuação de Camila Caixeta nos cargos que ocupou.
A eleição acontece em meio a um cenário de forte instabilidade orçamentária na UFG, que enfrenta sucessivos cortes desde 2016, com agravamento nos últimos anos.
Relatórios internos indicam dificuldades para manter serviços básicos como segurança, limpeza, energia elétrica e funcionamento de laboratórios, além de bolsas e programas de permanência estudantil ameaçados por falta de recursos.
Banco de dados vulnerável expõe fragilidade da instituição
A facilidade com que os e-mails anônimos chegaram a toda a comunidade acadêmica da UFG expõe uma vulnerabilidade preocupante no sistema de dados da instituição. O fato de alguém ter conseguido acessar e usar a base de e-mails de alunos, professores e técnicos-administrativos para um disparo em massa demonstra falhas graves na segurança digital da universidade.
Timing suspeito gera desconfiança e possível responsabilização ainda é incógnita
O momento escolhido para o disparo das acusações não poderia ser mais suspeito. Com a eleição marcada para esta semana, o ataque anônimo surge justamente quando não há mais tempo hábil para uma resposta adequada ou investigação aprofundada das alegações apresentadas.
Essa estratégia de última hora é típica de campanhas sujas, que apostam no impacto emocional e na impossibilidade de esclarecimentos completos antes da votação.
Rápidas não conseguiu confirmar de quem seria a competência, a nível policial, de investigar e responsabilizar os possíveis autores.
Edward Madureira sai em defesa de candidata para preservar legado
A reação imediata do ex-reitor Edward Madureira através das redes sociais mostra o quanto as acusações atingiram em cheio não apenas Camila Caixeta, mas toda a gestão anterior. Como vereador do PT e figura política experiente, Edward entendeu rapidamente a gravidade do momento e a necessidade de uma resposta rápida.
Sua defesa pública de Camila Caixeta e do trabalho desenvolvido na Diretoria de Assistência Estudantil durante sua gestão demonstra a confiança que mantém na vice-candidata da chapa UFG Atenta e Forte. Para alguém que conhece os bastidores da política universitária como poucos, essa defesa tem peso significativo e pode conter o estrago gerado pela ofensiva inesperada.
Democracia universitária sob ataque
Professores da UFG ouvidos pela coluna qualificam esse episódio dos e-mails anônimos como mais que um simples ataque político.
“É um golpe direto na democracia universitária e no direito da comunidade acadêmica de escolher seus representantes com base em informações verdadeiras e debates transparentes”, disse um deles com pedido de não ser identificado.
“A estratégia de lançar acusações graves sem identificação, justamente quando não há tempo para investigação adequada, é uma tentativa clara de manipular o resultado eleitoral através do medo e da desinformação”, completou uma professora aposentada.
Nota 10
Para International Workplace Group (IWG), que deve inaugurar em breve sua unidade HQ Anápolis, no Setor Industrial Aeroporto.
A IWG é líder mundial em soluções de espaços de trabalho flexíveis.
Nota Zero
Para gestão atual da UFG por dois motivos gravíssimos. Primeiro, por permitir que o banco de dados da instituição ficasse tão vulnerável a esse tipo de ataque.
Segundo, pela total incapacidade de identificar quem foi o responsável pelo disparo anônimo.