Gueroba ou Guariroba: desvendando o palmito mais amargo do Cerrado

Nome pode até causar confusão, mas o sabor, ah… esse é inconfundível

Anna Júlia Steckelberg Anna Júlia Steckelberg -
6 produtos que os goianos amam comprar no mercado e não tem em outro estado
(Foto: Reprodução/YouTube)

Se você já sentou à mesa em um almoço típico goiano, é bem provável que tenha esbarrado com ela: a guariroba ou seria gueroba?

O nome pode até causar confusão, mas o sabor, ah… esse é inconfundível! Amarga, intensa e cheia de personalidade, essa iguaria do Cerrado é tão querida quanto o pequi e a galinhada. E agora chegou a hora de desvendar esse mistério linguístico e cultural que tanto intriga quem vive (ou visita) Goiás.

Gueroba ou Guariroba: desvendando o palmito mais amargo do Cerrado

No “dicionário goianês”, confundir gueroba com guariroba é normal. Mas a verdade é uma só: o nome correto é guariroba, com origem no tupi gwarai-rob, que significa “o indivíduo amargo” – nome mais apropriado, impossível!

A palavra gueroba é, na verdade, um apelido carinhoso, uma forma afetuosa dos goianos se referirem a esse palmito do Cerrado que carrega história, tradição e um sabor inesquecível.

A guariroba é uma palmeira do gênero Syagrus, encontrada naturalmente no Centro-Oeste, no Sudeste e até no norte da Bolívia. Seu palmito, ou broto terminal, é a parte mais usada na culinária, e também a mais amarga, especialmente se comparado aos palmitos das regiões da Mata Atlântica. Mas é justamente esse amargor que conquista.

Esse ingrediente é estrela em pratos como o empadão goiano, o arroz com pequi, além de saladas, refogados e acompanhando frango caipira. Para muitos, é item obrigatório no almoço de domingo, um verdadeiro símbolo de identidade regional.

E mais do que uma delícia típica, a guariroba nos ensina uma lição sobre a riqueza cultural e linguística do Brasil. Ao debatermos a grafia correta, estamos também valorizando o modo como os goianos vivem, falam e transmitem sua história de geração em geração.

Portanto, seja guariroba no dicionário ou gueroba no coração, o importante é celebrar essa delícia que traduz como poucas o sabor e o espírito do Cerrado. Afinal, o amargo da guariroba tem gosto de casa, de raízes e de um povo que sabe honrar suas tradições — com muito orgulho e apetite.

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