EUA exigirão entrevista de visto para todos os primeiros pedidos de turismo e negócios
Mudança amplia o rol de pessoas que precisam da etapa presencial para obter a autorização de entrada no país americano

(FOLHAPRESS) – A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil anunciou que todos os brasileiros que solicitarem visto de turismo e negócios para os EUA precisarão fazer entrevista presencial para obter o documento.
Somente podem ficar isentos os cidadãos que solicitarem renovação de vistos B1, B2 ou B1/B2 que tenham expirado há, no máximo, 12 meses, e que já tinham 18 anos quando o documento anterior foi emitido.
A mudança amplia o rol de pessoas que precisam da etapa presencial para obter a autorização de entrada no país americano. Antes disso, menores de 14 anos e maiores de 79 não tinham a obrigatoriedade da entrevista para os vistos de não imigrantes.
A exigência passará a valer para candidatos de todos os países dos quais os EUA exigem vistos para entrada em território americano. Existem algumas exceções:
solicitantes de vistos diplomáticos ou oficiais; candidatos de vistos A-1, A-2, C-3 (exceto empregados domésticos), G-1, G-2, G-3, G-4, NATO-1 a NATO-6 ou TECRO E-1 (no geral, direcionados a órgãos internacionais e militares); requerentes de renovação de um visto B-1, B-2 ou B-1/B-2 (turismo/negócios de curta duração) que ainda está válido ou expirou há menos de 12 meses e tinha pelo menos 18 anos quando o visto anterior foi emitido.
Para conseguir a isenção no último caso, de vistos de turismo e negócios, os solicitantes devem atender ainda a outros critérios:
– fazer a solicitação no seu país de nacionalidade ou residência;
– nunca ter tido um pedido de visto recusado (a menos que tal recusa tenha sido retirada);
– não ter inelegibilidade aparente ou potencial.
Os EUA não detalharam o que podem considerar inelegibilidade aparente ou potencial. Deixaram claro, no entanto, que os funcionários consulares podem exigir a entrevista, a depender do caso, depois de analisar as informações de uma requisição.
O anúncio acontece uma semana depois de o governo dos EUA informar que levará em consideração “ideologias antiamericanas” ao analisar pedidos de visto e outros benefícios para imigrantes.
A decisão da última semana foi anunciada pela Casa Branca em uma publicação na plataforma X, na qual informou que o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS, na sigla em inglês) está atualizando o manual que reúne critérios considerados na hora de analisar as candidaturas.
A pasta afirmou que o documento será negado a pessoas com “envolvimento em organizações antiamericanas ou terroristas”, sem exemplificar ou especificar, e com evidência de “atividade antissemita”.
Também neste mês, um levantamento feito pela Folha de S.Paulo mostrou que o Brasil teve neste ano a maior queda mundial em números absolutas na emissão de vistos de turismo e negócios dos EUA sob o governo Trump. O país havia sido líder neste tipo de documentos em 2024 e em 2023.
Ao todo, os EUA emitiram 358 mil vistos para turismo e negócios a brasileiros nos primeiros cinco meses do governo do republicano. Foram 482 mil no mesmo período do ano passado.
Proporcionalmente, a diferença representa uma diminuição de 25,7%. Com esse recuo, o Brasil deixou de ocupar o primeiro lugar no ranking global de emissão desses vistos, posição que ocupou nos dois anos anteriores, ficando atrás de Índia e China neste ano.
Em 2023, os EUA concederam 429 mil documentos do tipo a brasileiros no mesmo período analisado, de janeiro a maio.