Em maior ataque aéreo da guerra, Rússia atinge prédio do governo na Ucrânia
Dezenas de moradores, enrolados em cobertores, se reuniram nas ruas para avaliar os danos em suas casas

A Rússia lançou neste domingo (07) seu maior ataque aéreo desde o início da guerra na Ucrânia e pela primeira vez atingiu um prédio do governo local, no centro de Kiev.
Ao menos quatro pessoas morreram -entre elas, uma criança-, disseram autoridades ucranianas. Segundo o presidente Volodymyr Zelensky, mais de 40 vítimas ficaram feridas no país e recebem atendimento de socorristas.
Bombardeio com mais de 800 drones e 13 mísseis causou danos em outras partes do país, afirmou o governo local. O norte, sul e leste da Ucrânia também foram afetados, incluindo as cidades de Zaporizhzhia, Kryvyi Rih e Odesa, bem como nas regiões de Sumy e Chernihiv.
Uma fumaça espessa foi vista no céu saindo do principal prédio do governo, no histórico bairro de Pecherskyl. “Pela primeira vez, o telhado e os andares superiores do edifício governamental foram atingidos por um ataque inimigo”, declarou a primeira-ministra Yulia Svyrydenko em publicação no Telegram.
Em outras partes de Kiev, apartamentos residenciais ficaram destruídos. Dezenas de moradores, enrolados em cobertores, se reuniram nas ruas para avaliar os danos em suas casas, enquanto equipes de resgate lutavam para extinguir as chamas.
Zelensky fez um novo apelo a países aliados. Após o maior ataque aéreo russo da guerra, o presidente ucraniano pediu para que seja enviada ajuda às defesas aéreas ucranianas.
“Tais assassinatos agora, quando a verdadeira diplomacia já poderia ter começado há muito tempo, são um crime deliberado e um prolongamento da guerra”, afirmou Zelensky.
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No final de agosto, outra grande ofensiva russa já havia matado 25 pessoas. Também com drones e mísseis, os militares russos atingiram as instalações da delegação da União Europeia e o escritório do British Council. Apesar da escalada dos ataques, os edifícios oficiais da capital vinham sendo, até então, poupados dos bombardeios em grande parte.
AVANÇO MILITAR RUSSO
As forças russas atualmente ocupam cerca de 20% do território ucraniano. As últimas semanas foram marcadas por intensa movimentação diplomática em busca de uma solução para o conflito. Entre os encontros, destaca-se a cúpula realizada em 15 de agosto entre Donald Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca.
Apesar dos esforços, nenhum avanço significativo foi alcançado. Moscou continua a rejeitar os apelos por um cessar-fogo, mesmo após três anos e meio do conflito que mais deixou vítimas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.