Ataques aéreos de Israel em Gaza matam dezenas em cessar-fogo, dizem médicos

Testemunhas e paramédicos disseram que o primeiro ataque atingiu um carro no bairro densamente povoado de Rimal, incendiando-o

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Primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. (Foto: Reprodução/Captura via Youtube)
Primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. (Foto: Reprodução/Captura via Youtube)

Ataques aéreos de Israel na Faixa de Gaza mataram pelo menos 20 pessoas e feriram mais de 80, disseram autoridades de saúde locais neste sábado, em mais um teste para o frágil cessar-fogo entre o grupo terrorista Hamas e o governo de Binyamin Netanyahu.

Testemunhas e paramédicos disseram que o primeiro ataque atingiu um carro no bairro densamente povoado de Rimal, incendiando-o.

Não ficou imediatamente claro se os cinco mortos eram passageiros do carro ou se havia transeuntes. Dezenas de pessoas correram para apagar o fogo e resgatar as vítimas.

Pouco depois do ataque ao carro, a Força Aérea israelense realizou dois ataques separados contra duas casas na cidade de Deir Al-Balah e no campo de refugiados de Nuseirat, na região central de Gaza, matando pelo menos 10 pessoas e ferindo várias outras, segundo os paramédicos.

Mais tarde, um novo ataque aéreo israelense contra uma casa no oeste da Cidade de Gaza matou pelo menos cinco palestinos e feriu outros, disseram médicos, elevando o número de mortos no sábado para pelo menos 20.

Os militares israelenses disseram que um homem armado cruzou para o território controlado por Israel em Gaza e explorou “a estrada humanitária na área por onde a ajuda humanitária entra no sul de Gaza”, classificando o ato de uma “violação flagrante do acordo de cessar-fogo”. Os militares disseram que estavam atacando alvos em Gaza em resposta a ações do tipo.

Um representante do Hamas em Gaza rejeitou as afirmações dos militares israelenses como infundadas e uma “desculpa para matar”, afirmando que o grupo está comprometido com o acordo de cessar-fogo. Israel e Hamas têm se acusado repetidamente de violar a trégua, concluída há mais de seis semanas.

O gabinete de Netanyahu acusou o Hamas de violar o cessar-fogo neste sábado e afirmou que, em resposta, as forças israelenses mataram cinco “terroristas de alto escalão do Hamas”.

O Hamas afirmou em um comunicado que as “crescentes violações” de Israel impõem aos mediadores e aos EUA a responsabilidade de confrontá-lo e preservar o cessar-fogo.

Israel também pediu aos mediadores que “insistam para que o Hamas cumpra sua parte no cessar-fogo”, devolvendo os três reféns mortos restantes e concluindo seu desarmamento, informou o gabinete de Netanyahu.

O cessar-fogo de 10 de outubro, que pôs fim à guerra de dois anos em Gaza, amenizou o conflito, permitindo que centenas de milhares de palestinos retornassem às ruínas da Faixa de Gaza. Israel retirou tropas de algumas posições e o fluxo de ajuda humanitária aumentou.

Mas a violência não cessou completamente. O Hamas tem buscado reafirmar seu poder e alguns temem uma divisão do território, onde as condições são precárias. Autoridades de saúde palestinas, sob controle do grupo, afirmam que as forças israelenses mataram 316 pessoas em ataques em Gaza desde o início da trégua.

Israel afirma que três de seus soldados foram mortos desde o início do cessar-fogo e que atacou dezenas de membros do Hamas.

A guerra em Gaza começou depois que membros do grupo terrorista mataram 1.200 pessoas, a maioria civis, e fizeram 251 reféns em um ataque ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023. A ofensiva retaliatória de Israel matou mais de 69.700 palestinos, a maioria civis, segundo as autoridades de saúde locais, e deixou o território em uma inédita situação de destruição generalizada.

Nos termos do cessar-fogo, o Hamas libertou todos os 20 reféns vivos mantidos em Gaza em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos e detidos durante a guerra mantidos por Israel.

O Hamas também concordou em entregar os restos mortais de 28 reféns mortos em troca dos corpos de 360 palestinos mortos na guerra. Os restos mortais de 25 reféns já foram entregues. Israel já devolveu 330 corpos de palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde do território.

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