Em carta, Maduro diz que EUA querem ‘se apropriar’ do petróleo da Venezuela

Maduro mencionou a mobilização americana no Caribe, citando os navios de guerra posicionados no oceano e mais de 15 mil efetivos militares

Folhapress Folhapress -
Ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
Ditador venezuelano, Nicolás Maduro. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Nicolás Maduro enviou uma carta à Organização dos Países Exportadores de Petróleo denunciando os Estados Unidos por, supostamente, usarem seu poderio militar para “se apoderar” do petróleo venezuelano.

Documento diz que o país de Donald Trump faz “ameaças ilegais” ao país desde agosto. A carta, enviada ontem, foi divulgada integralmente pelo canal venezuelano TeleSUR e menciona “perigo à paz, à segurança e à estabilidade regional”.

Maduro mencionou a mobilização militar americana no Caribe, citando os navios de guerra posicionados no oceano e mais de 15 mil efetivos militares. O maior porta-aviões do mundo, que é dos EUA, chegou há pouco mais de duas semanas na costa do Caribe na mobilização militar de Trump.

“O governo dos Estados Unidos da América pretende se apoderar das vastas reservas de petróleo da Venezuela, as maiores do planeta, com o uso de força militar letal contra o território, a população e às instituições do país”, disse trecho de carta enviada pela Venezuela à Opep.

A Opep é uma organização que conta com 12 países e tem sede em Viena. Além da Venezuela, fazem parte da organização os Emirados Árabes Unidos; a Arábia Saudita; Nigéria; Líbia; Kuwait; Iraque; Irã; Gabão; Guiné Equatorial; Congo e Argélia.

ESPAÇO AÉREO ‘TOTALMENTE FECHADO’

Trump afirmou na manhã de sábado que “companhias aéreas e traficantes de drogas e pessoas” deveriam considerarar o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela como fechado. O anúncio foi feito na rede social do republicano, a TruthSocial, sem mais detalhes sobre o assunto. .

O suposto fechamento sinaliza a possibilidade de operações norte-americanas na Venezuela. Na quinta-feira, o presidente americano disse que começaria “em breve” ações por terra contra narcotraficantes venezuelanos.

Na semana passada, o governo americano já havia emitido um alerta para que aviões que circulassem no espaço aéreo venezuelano tomassem precauções. Segundo a Casa Branca, isso se devia ao “agravamento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar no país e seus arredores.

Seis companhias aéreas decidiram suspender temporariamente suas atividades. O Ministério dos Transportes venezuelano anunciou na segunda-feira um prazo de 48 horas para a retomada dos voos, mas o prazo expirou ao meio-dia de quarta-feira. Todas as empresas prosseguiram com a suspensão.

Por isso, Maduro revogou as licenças das empresas que paralisaram. As companhias foram ainda acusadas de aderir “às ações de terrorismo de Estado promovidas pelo governo dos Estados Unidos, suspendendo unilateralmente suas operações aerocomerciais”.

Washington acusa Maduro de liderar o suposto Cartel de los Soles, que designou como grupo terrorista na segunda-feira. Caracas, por sua vez, considerou essa classificação como uma “mentira ridícula”.

Desde setembro, tensão entre EUA e Venezuela escala. As forças americanas atacaram mais de 20 embarcações nos últimos meses. Os norte-americanos alegaram que os barcos fariam supostamente o transporte de tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico, com um saldo de pelo menos 83 mortos.

Trump autorizou ações clandestinas da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) na Venezuela. Ele também disse que, “em algum momento”, falará com Maduro.

Maduro denunciou que essas manobras militares têm como objetivo derrubá-lo. Ele alega que os Estados Unidos visam se apoderar das reservas de petróleo de seu país.

Folhapress

Folhapress

Maior agência de notícias do Brasil. Pertence ao Grupo Folha.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

Publicidade

+ Notícias