Conheça a casa de idosos que se tornou lar de aposentadoria para a geração Z, sem metas de produtividade
Projeto criado na Malásia oferece descanso, silêncio e rotina sem cobranças para jovens exaustos pela cultura da produtividade

E se a aposentadoria viesse antes do burnout? Em um mundo movido por metas, prazos e cobranças constantes, uma proposta inusitada começou a chamar a atenção de jovens que já se sentem exaustos antes dos 30 anos. Na Malásia, um empreendimento batizado informalmente de “casa de idosos para jovens” propõe uma pausa radical: viver por um período sem agenda, sem despertador e sem qualquer obrigação produtiva.
Idealizado por um empreendedor de apenas 25 anos, o projeto tem inauguração prevista para janeiro de 2026 e nasceu como resposta direta ao cansaço mental e emocional que marca a rotina de grande parte da Geração Z. A proposta é simples, mas provocadora: oferecer um espaço onde descansar não é luxo, é regra.
Por aproximadamente R$ 2,7 mil mensais, os hóspedes têm direito à hospedagem em meio à natureza e a três refeições diárias. Em troca, não precisam cumprir horários, participar de atividades coletivas ou demonstrar qualquer tipo de desempenho. Não há listas de tarefas, metas pessoais ou programas de “autodesenvolvimento”. O tempo é livre — inclusive do próprio conceito de produtividade.
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O criador do projeto afirma que a experiência foi pensada para jovens que vivem sob pressão profissional, ansiedade constante e sensação de esgotamento. A ideia não é incentivar a fuga definitiva das responsabilidades, mas criar um intervalo consciente, um período de recuperação antes do retorno à vida cotidiana.
A iniciativa ganhou projeção após vídeos publicados pelo próprio fundador viralizarem nas redes sociais. Neles, ele explica que o projeto foi desenvolvido com o apoio dos pais, que já administram uma casa de repouso tradicional. A experiência familiar no cuidado com idosos serviu como base para adaptar o modelo a um público jovem — com foco no descanso, não na reabilitação.
O conceito do retiro se inspira na filosofia chinesa conhecida como tang ping, expressão que pode ser traduzida como “ficar deitado”. Mais do que uma metáfora, o termo representa um movimento cultural que questiona o trabalho excessivo e defende uma vida mais simples, com menos cobranças e menos desgaste emocional.
Nesse contexto, a “aposentadoria temporária” oferecida pela casa não significa desistir de sonhos ou carreiras, mas desacelerar em um mundo que raramente permite pausas. A proposta é que, ao sair do local, os jovens estejam mentalmente mais equilibrados, com energia renovada para retomar projetos pessoais e profissionais.
Ao transformar o descanso em experiência central — e não em recompensa distante —, o projeto desafia valores profundamente enraizados na cultura do desempenho. Para uma geração que já enfrenta níveis recordes de ansiedade e exaustão, a ideia de parar, simplesmente parar, começa a parecer menos um capricho e mais uma necessidade.
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