Não era timidez: antigamente ninguém sorria nas fotos (e o motivo é mais estranho do que parece)
Pode até parecer que, naquela época, as pessoas eram mais tristes ou armarguradas, mas a verdade é bem diferente


Se você já reparou que, nas fotos antigas, as pessoas raramente sorriam, saiba que isso não era coincidência e muito menos falta de alegria. O motivo por trás das expressões sérias vai muito além da timidez e envolve uma mistura curiosa de fatores técnicos, culturais e até de saúde pública.
No século XIX, por exemplo, tirar uma fotografia era um verdadeiro evento. Os equipamentos eram caros, o processo era demorado e a exposição podia durar vários minutos. Por isso, manter-se imóvel era fundamental para que o retrato não saísse borrado.
E sorrir por tanto tempo, com naturalidade, era praticamente impossível. A alternativa mais segura era manter uma expressão neutra — o famoso semblante sério que vemos nas imagens da época.
Além disso, as fotos herdaram códigos da pintura tradicional, que via o sorriso como algo pouco refinado. Rir abertamente era considerado vulgar ou até desequilibrado, enquanto a sobriedade transmitia respeito, status e elegância.

Foto de 1890 (Fotógrafo: Marc Ferrez)
Em muitos casos, os fotógrafos orientavam os retratados a manterem uma postura solene, especialmente porque o clique seria algo duradouro — às vezes, o único registro daquela pessoa em vida.
Outro fator curioso era a questão dos dentes. Com a odontologia ainda em desenvolvimento, muitos evitavam mostrar sorrisos por vergonha de falhas ou manchas dentárias. E há ainda quem diga que sorrir em retratos antigos “quebraria a seriedade” da imagem.
A virada começou com a popularização das câmeras portáteis da Kodak no fim do século XIX, que tornaram a fotografia mais acessível e descontraída. Aos poucos, os sorrisos passaram a fazer parte dos cliques — até se tornarem o padrão que conhecemos hoje.
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