Adoção de bebê reborn e o abandono dos animais
Adotar um pet não é uma brincadeira de criança: é um compromisso sério, duradouro, cheio de desafios e recompensas


Estamos vivendo um tempo curioso. De um lado, vemos um número crescente de pessoas adotando bebês reborn, bonecos hiper-realistas que simulam bebês de verdade, com roupas, berço, certidão e até carrinho de passeio. De outro, cresce também o número de animais abandonados, especialmente cães e gatos, que antes eram considerados membros da família, mas agora, com frequência, são descartados como objetos fora de uso.
Essa inversão de valores me preocupa profundamente.
O amor, o cuidado e a empatia que antes eram dedicados a seres vivos que retribuem com afeto verdadeiro, agora estão sendo canalizados para bonecos de silicone. E mais grave ainda: muitos justificam a recusa em adotar um animal com frases como “dá trabalho demais”, “faz sujeira”, “vive muito pouco”, enquanto empurram carrinhos com bonecos que não sentem fome, frio ou dor.
Não se trata de julgar quem escolhe esse tipo de afeto simbólico. Todos temos vazios e carências, e cada um encontra sua forma de lidar com eles. Mas há uma linha ética que não pode ser ignorada: nenhum boneco deveria substituir a responsabilidade com uma vida real.
Abandonar um animal é crime. Mas mais do que uma infração legal, é um reflexo de algo mais profundo: a perda do senso de responsabilidade afetiva.
Adotar um pet não é uma brincadeira de criança: é um compromisso sério, duradouro, cheio de desafios e recompensas.
Como vereadora da causa animal, sigo lutando por políticas públicas que coíbam o abandono e incentivem a adoção responsável.