Conheça a cidade goiana que tem um nome que nenhuma mulher gosta de ser chamada

Apesar do nome polêmico, o município tem história, cultura e belezas naturais no interior do estado

Magno Oliver Magno Oliver -
Conheça a cidade goiana que tem um nome que nenhuma mulher gosta de ser chamada
(Foto: Reprodução)

Quem ouve pela primeira vez pode até duvidar, mas é verdade: existe uma cidade em Goiás chamada Piranhas. E não, o nome não tem nenhuma relação com a gíria pejorativa usada para ofender mulheres.

Mesmo assim, a coincidência linguística costuma render piadas e constrangimentos — principalmente nas redes sociais.

Mais de 12 mil moradores e uma origem que remonta ao século XIX

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, Piranhas tem cerca de 12.100 habitantes e está localizada no oeste do estado de Goiás, a aproximadamente 320 km de Goiânia, fazendo parte da região do Vale do Araguaia.

A cidade foi fundada oficialmente em 14 de novembro de 1958, mas sua ocupação começou bem antes, no século XIX, por bandeirantes e garimpeiros.

O nome “Piranhas” foi inspirado no Rio Piranhas, que corta o município — um afluente do Rio Araguaia, conhecido por sua fauna aquática.

O rio era ponto de referência para os viajantes e exploradores da época, que observavam a grande presença de peixes da espécie piranha, famosos por seus dentes afiados e comportamento agressivo.

(Foto: Reprodução)

Economia forte e tradição no agronegócio

Mesmo pequena, Piranhas tem uma economia forte baseada na agropecuária. A cidade é destaque na produção de grãos, especialmente soja e milho, além da pecuária de corte.

Muitos produtores rurais da região fazem parte de cooperativas e ajudam a movimentar a economia local, que também conta com comércio de insumos agrícolas, pequenos empreendimentos e prestação de serviços públicos.

Além disso, o município já foi considerado um dos maiores produtores de arroz de Goiás, atividade que ainda tem presença nas zonas rurais, embora em menor escala que décadas atrás.

Salto de São Domingos, em Piranhas. (Foto: Reprodução/TripAdvisor)

Infraestrutura, cultura e curiosidades

Piranhas possui escolas municipais, posto de saúde, hospital municipal, igrejas históricas e praças que mantêm a vida pacata e acolhedora do interior.

A cidade também abriga festas tradicionais, como a Exposição Agropecuária (ExpoPiranhas) e eventos religiosos que movimentam a população.

Entre os pontos curiosos, o nome da cidade é alvo constante de brincadeiras. Muitos moradores relatam situações inusitadas ao viajar para fora do estado, como risadas em aeroportos, reservas de hotel negadas por acharem que era trote, e dificuldade para convencer estranhos de que “sim, eu sou de Piranhas”.

Mesmo com toda a repercussão do nome, os moradores têm orgulho da terra onde nasceram — e defendem com firmeza o valor histórico, cultural e econômico que o município representa para Goiás.

(Foto: Reprodução)

Por que o nome incomoda tanta gente?

Em tempos de redes sociais, memes e linguagem cada vez mais influenciada por gírias, o nome da cidade inevitavelmente carrega uma carga cômica ou até ofensiva para quem não conhece a história por trás.

A palavra “piranha” é usada há décadas como xingamento misógino, o que acaba fazendo com que o nome da cidade — e das pessoas que moram nela — sofra com duplo sentido.

Mesmo assim, o nome não deve ser motivo de preconceito ou desrespeito, já que está ligado à fauna brasileira e à geografia local, não a questões morais ou sociais.

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