114 anos depois, o creme da lata azul ainda funciona bem? Especialista explica

Um clássico de infância que atravessa gerações

Gabriel Yuri Souto Gabriel Yuri Souto -
Nivea da lata azul
(Foto: Captura via Youtube)

Quando abríamos o armário da casa da vovó, lá estava ela: uma lata azul, com a palavra Nivea em letras gordinhas.

Era o hidratante multiuso: servia para os cotovelos ressecados, para o rosto, para feridinhas que precisavam cicatrizar.

Hoje, a pergunta que parece simples vira quase filosófica: esse creme de mais de um século ainda vale a pena?

A história do clássico remonta a 1911, na Alemanha, quando o farmacêutico Oscar Troplowitz, junto com o químico Isaac Lifschütz e o dermatologista Paul Gerson Unna, desenvolveu uma fórmula inovadora.

O grande trunfo era o Eucerit, um emulsificante que torna possível misturar água e óleo de maneira estável, dando origem ao que viria a ser o Nivea Creme.

Por que a fórmula clássica ainda hidrata tão bem

Para a farmacêutica Rafaela Ribeiro Massena, a resposta está na simplicidade eficaz. “Hoje em dia continua no mercado e é um produto a ter sempre em casa. É muito versátil e, sim, eu uso-o muitas vezes”, ela afirma.

Segundo Rafaela, apesar de a indústria de cosméticos ter evoluído—com cremes sofisticados que trazem ácidos, niacinamida e outras novidades—o velho NIVEA da lata azul “ainda é um bom hidratante. As peles secas adoram”.

A composição básica é praticamente a mesma de quando foi lançado: Eucerit, que promove a emulsão, e Paraffinum Liquidum, um tipo de óleo mineral que ajuda a reter a umidade, criando uma espécie de “filme” protetor sobre a pele. Além disso, há glicerina e pantenol, ingredientes que fortalecem a hidratação.

Um artigo recente destaca que, mesmo frente a cremes de luxo de US$ 180, a fórmula de 1911 ainda supera muitos concorrentes em durabilidade da hidratação — graças à sua estrutura estável de emulsão e à formação de uma barreira oclusiva eficiente.

Limitações? Também tem — mas não para todo mundo

Claro, o creme da latinha azul não é perfeito para todos. Sua textura é densa e pesada: muitas pessoas relatam que ele “senta” na pele mais oleosa ou sensível.

Para outras, sua fragrância pode ser um problema — difícil de ignorar, principalmente para quem prefere cosméticos mais neutros.

Há também quem diga que fórmulas modernas da Nivea mudaram levemente com o tempo, ainda que a essência (Eucerit + óleo mineral) continue.

Veredito: continua sendo um clássico útil

Depois de 114 anos, o creme da lata azul se mantém relevante por uma razão simples: ele entrega o que promete — hidratação potente e duradoura — sem firulas. Segundo a farmacêutica Rafaela, é “um básico para a pele seca, sem palavreados como ácido hialurônico ou niacinamida”.

E ela dá a dica: “Adoro aplicá-lo nas mãos antes de me deitar.” É quase um ritual: assim como roupas básicas são essenciais no guarda-roupa, esse creme permanece um pilar no cuidado das peles que precisam de proteção e conforto.

Logo, sim — o velho Nivea ainda funciona tão bem quanto antes. Para muitas pessoas, continua sendo um dos hidratantes mais confiáveis para o uso diário.

Siga o Portal 6 no Google News fique por dentro de tudo!

Gabriel Yuri Souto

Gabriel Yuri Souto

Redator e gestor de tráfego. Especialista em SEO.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

Publicidade

+ Notícias