DPCA

Rafaella Soares Rafaella Soares -

Em tempos de pandemia, em que a principal recomendação ainda é o isolamento social, muitas crianças e adolescentes de Anápolis, que deveriam ser cuidadas e amadas, passaram a viver verdadeiros momentos de desespero e dor.

Ao Portal 6, a delegada Kênia Segantini, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), contou que houve um aumento significativo de denúncias de violência doméstica contra menores de idade nos últimos meses.

O índice de pessoas que buscaram ajuda presencialmente na unidade caiu. Entre 15 de março, no início da pandemia, e 15 de julho a DPCA registrou 100 boletins de ocorrência relacionados à violência.

Em 2019, neste mesmo período, foram 191. A delegacia, porém, ainda não terminou de contabilizar os vários casos que são denunciados diariamente por telefone.

“Houve um grande aumento de registros não presenciais. [E são crimes] gerais, tendo vítimas menores de 18 anos”, afirmou a delegada.

Entre março e agosto de 2020, a DPCA realizou 20 prisões em flagrante, sendo três delas por crimes contra a dignidade sexual.

O que chama atenção, porém, é que, segundo a delegada, o índice de casos de estupro de vulnerável ou outras violações sexuais não aumentaram.

“As denúncias de violência sexual são muito altas e já eram antes da pandemia. A diferença é que antes da pandemia o registro do fato era mais presencial, na DP. Depois, passaram a ser feitos mais pelos disque denúncias. Mas continuam chegando muitas denúncias”, afirmou.

O número exato das denúncias ainda não foi calculado. No entanto, apenas nos últimos dois meses, entre os dias 24 de julho e hoje, 24 de setembro, o Portal 6 repercutiu 16 registros de estupro de vulnerável. Mais da metade dos casos apontados ocorreram em âmbito familiar

Um dos mais recentes têm como possível vítima uma bebê de dois anos, que teria sido alvo do namorado mãe. Há também abusos em investigação contra padrastos, primos e cunhados.

Denúncia

A OAB Mulher, de Anápolis, tem acompanhado o crescimento de violência doméstica em Anápolis, inclusive as que envolvem menores de idade.

A entidade tem encorajado vítimas a denunciarem qualquer situação suspeita.

“O medo mata. Mata porque a vítima não deixa a condição de agredida e as agressões somente se intensificam, chegando até a morte. Um acolhimento psicológico dessa vítima também é importante para que ela tenha condições de denunciar e principalmente entender que ela é vítima e não culpada das agressões sofridas”, explicou Tatiane Ferreira, presidente da OAB Mulher.

As denúncias podem ser feitas gratuitamente discando os números 100 (Denúncias de violações de Direitos Humanos), 197 (Polícia Civil) e 180 (Central de Atendimento à Mulher).

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