Rio 2016: da gambiarra à superação
Gambiarra, nome-tema da primeira parte da cerimônia de abertura Rio 2016 referindo a capacidade do brasileiro de sair do nada para conseguir tudo. Talvez essa palavra cause espanto, mas foram exatamente assim os jogos olímpicos.
Com 12 vezes menos o orçamento de Pequim e Londres, o comitê organizador conseguiu fazer a melhor cerimônia de abertura de todos os tempos com a ousadia de passar a mensagem para o mundo sobre meio ambiente.
Da gambiarra, da falta de recursos, para a superação; como a de Rafaela Silva e Robson Conceição, atletas egressos de organizações sociais e que ganharam medalha de ouro, vencendo o preconceito e a falta de apoio.
Mesmo com o baixíssimo investimento no esporte e educação conseguimos a melhor participação em uma olimpíadas. Saltamos da 22ª posição na competição anterior para a 13ª, com 7 ouros e 19 no total. Dessas 19 medalhas, 12 vieram do programa de alto rendimento do Exército Brasileiro.
O programa custa 18 milhões por ano ao Ministério da Defesa e trouxe surpresas como Thiago Braz, do salto com varas; Poliana Okimoto, na natação; e os jogadores do vôlei de praia Alisson e Bruno Schmidt.
Cada um dos 10 mil atletas plantaram uma semente para construírem o Parque Radical de Deodoro, onde será criada a Floresta dos Atletas.
As Olimpíadas Rio 2016 não só plantou a semente da sustentabilidade, mas também a semente da superação no coração de cada brasileiro, elevando a sua autoestima e a perspectiva de que é possível sim superar a ineficiência do setor público, causa principal da crise política, econômica e social em nosso país.
Lucas Santana é locutor e ativista da Rede Sustentabilidade.