Ter a vida moldada pelo Oleiro é melhor coisa que pode te acontecer

Carlos Henrique Carlos Henrique -

A Vida nos chama para constantes mudanças. Ser flexível se faz necessário. Muitos se alimentam de si mesmos tomando decisões autodestrutivas em constante estado de auto-engano. Essa fixidez arrogante torna a colheita da existência insuportável.

Somos como vasos na mão do oleiro, mas a maioria demonstra não ter nenhuma disposição para mudar o caminho nem a direção do que faz mal. Não aceitam a palavra da renovação, da entrega para ser refeito, não abandonam a egolatria, levanta altares para si mesmo como sendo a própria divindade que se basta, não abre mão da deliberada insistência no erro, não aceita a maleabilidade, não querem a possibilidade de uma consciência transformada e aplicada na existência que mude seus passos.

Gente que escolhe a fixação e o ego maléfico como a determinação de sua própria vida, ao invés de ser dependente do caminho de Deus como Seu guia, vive a síndrome de Gabriela, nasci assim e vou morrer assim.

É o vaso que escolheu sua própria sinopse para vivê-la, é vaso seco, acabado e com todas as consequências que o acabado tem – a secura, a intransigência, a falta de adaptação, inabilidade, com o risco de se quebrar, se partir, virar pedaços, pó e ir para o lixo. Vaso acabado na vitrine das fantasias, das vaidades, dos enganos, dos falsos princípios, achando que tem o poder de controlar a própria vida.

O vaso de enfeite e performances da existência, rígida em sua monotonia, sem transformação! O lugar da decisão inabalável puramente humana é perigoso, pois quando se quebra pode não haver mais recuperação, não ter mais jeito. Fora da mão do oleiro como barro molhado, tudo que quebra vira pedaços!

Quem escolhe o inalterável como seu princípio de vida fora da olaria, da estética das presunções, que nada tem a ser acrescentado, ficará debaixo de ilusões. O vaso de barro em processo ama a Deus e sabe que todas as contingências ruins cooperam para aperfeiçoamento, para o seu próprio bem, mas o vaso de exposição quando enfrenta um ventinho fraco, acaba no chão, em cacos, pois ele acha que já sabe tudo, se acha demais, mas em nada se conhece.

Na casa do oleiro, o barro precisa estar molhado e essa relação metodológica, viva com o oleiro é a alegria de o vaso ser moldado, em humildade, esperando o momento certo de aparecer. O barro molhado é maleável e dependente de quem o trabalha. Ele não é a vida em si mesmo, mas depende do sopro da vida, completamente entregue como matéria prima, uma construção manufaturada do divino, não saindo do lugar sem que o Oleiro o tenha completado Nele – afinal, nesse processo acontecerão por várias vezes refazimentos, e a ação contínua dos significados essenciais da existência – sim, de fato nossa mente necessita estar em constante transformação.

Não se entristeça se necessitar ser amassado, desfeito, refeito e moldado quantas vezes forem necessárias. A roda do Oleiro e em Suas mãos é o melhor lugar para construir sua existência revigorada. E, essa renovação não se conforma com esse século, mas com o trabalho do Oleiro que constrói em nós uma essência que exala de dentro pra fora e que dura eternamente!

Deniza Zucchetti é professora por vocação, quase Relações Internacionais, escritora por amor nas horas vagas e mãe de dois lindos filhos em período integral. Escreve todos os sábados.

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