Após morte da mãe, Justiça de Goiás permite que irmãs incluam nome de madrasta nos documentos

Jovens a consideram como uma segunda mãe e faziam questão de serem registradas no nome das duas

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Após morte da mãe, Justiça de Goiás permite que irmãs incluam nome de madrasta nos documentos

Um caso emocionante está chamando atenção nas redes sociais. Se trata de quatro irmãs que conseguiram na Justiça o direito de acrescentar nos documentos pessoais o nome da madrasta.

Atualmente, três delas moram em Goiânia e uma nos Estados Unidos.

Ao G1, Raiane Karuelle Maia Carrijo e Anauana Maia Carrijo Viana contaram que Adailza Maia da Silva Viana, a mãe biológica, morreu aos 43 anos, vítima de um infarto, quando as quatro ainda eram crianças. Após um tempo, o pai apresentou a elas a enfermeira Inácia Araújo Silva Viana.

“Meu pai chegou em casa com a Inácia, sentou a gente na sala e disse: ‘Minhas filhas, vou contar uma novidade, estamos namorando’. Saí da sala, fui para o meu quarto e comecei a chorar”, relembrou Raiane.

Apesar de ter sido um choque para as crianças, Inácia acabou conquistando o amor delas e se tornando não apenas uma madrasta e sim uma segunda mãe.

“A gente fala que da nossa mãe biológica a gente nasceu da barriga e da Inácia, do coração. Ninguém substitui ninguém, mas ela soma de uma maneira tão linda, tão própria, que a gente, de fato, tem duas mães”, disse Anauana.

Após se formar em direito, já em 2016, Anauana decidiu junto às irmãs recorrer ao judiciário para conseguir a inclusão do nome da enfermeira nos documentos.

“Entramos com uma ação de maternidade socioafetiva, culminada com alteração do registro de nascimento de modo que mantivesse o nome da nossa mãe biológica e acrescentasse o nome da nossa mãe socioafetiva, foi um desafio porque era uma novidade até para o Judiciário compreender o que a gente queria”, relatou Anauana.

Nome de Inácia foi acrescentado junto ao da mãe biológica das quatro irmãs. (Foto: Reprodução / TV Anhanguera)

A conquista ocorreu em março deste ano, quando as quatro enfim conseguiram autorização para acrescentarem nos documentos o nome da segunda mãe. Tanto amor surpreendeu Inácia, que ficou emocionada com a ação das filhas.

“Não tem palavras que consigam demonstrar o que é ver o meu nome ali. É simplesmente a concretização do amor”, desabafou.

Até o momento, o nome de Inácia só não está registrado na Carteira de Habilitação de Raiane, que ainda não conseguiu a mudança devido ao sistema do Detran Goiás ter espaço apenas para dois nomes na filiação.

No entanto, o pedido da jovem já foi encaminhado ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para que o campo de inclusão seja criado.

 

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