Retomada dos investimentos em Goiás passa por Anápolis, projeta Lincoln Tejota
A frente do "Goiás de Resultados", vice-governador destacou ao Portal 6 a importância da cidade para a logística do estado
Vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota vê com otimismo o cenário para 2020 no estado após o governo estadual ter empreendido no ano passado um forte ajuste fiscal para equilibrar as contas púlicas. Com receitas e despesas equilibradas, a expectativa é de retomada da capacidade de investimentos.
Em entrevista exclusiva ao Portal 6, Lincoln destacou que a promoção do desenvolvimento em infraestrutura é crucial para o crescimento de Goiás e que a atração de novos investidores é prioridade para a gestão.
Vice-governador, muito se fala sobre a necessidade do Estado voltar a crescer e do desenvolvimento ser levado para todas as regiões. Isso será mesmo viável?
Não tenho dúvidas. Acredito que o pior já passou. Em 2019 fizemos um árduo trabalho para diminuir custos e enxugar a máquina. Queremos um Estado menor e mais eficiente, que deixe de ser mero pagador de folha de pagamento, que possa crescer e fazer a população sentir os benefícios no dia a dia. Com essas medidas, vamos impulsionar e regionalizar o desenvolvimento de Goiás.
A retomada de ações da Ferrovia Norte-Sul, cuja previsão é começar a operar oficialmente nesse ano, saindo de Anápolis em direção ao Norte do estado até Tocantins, contribuirá com essa meta?
O funcionamento da ferrovia trará muitos benefícios para a economia goiana e, felizmente, não envolve diretamente o recurso estadual. No entanto, o resultado oportuniza incremento no tesouro e na nossa arrecadação. O agronegócio é o setor que proporciona maior visibilidade para o Brasil no mercado internacional e é justamente a área mais promissora em Goiás. Então, temos uma grande oportunidade de sobressairmos ainda mais. Para isso, precisamos de linhas para escoamento e que as plataformas multimodais estejam funcionando. Com a retomada da concessão da Ferrovia Norte-Sul e com o primeiro ramal em plena operação, a partir desse ano, Goiás vai alcançar um novo patamar no escoamento da produção agrícola e industrial.
Com a formalização da concessão para a iniciativa privada, vamos ver os trilhos serem utilizados para impulsionar o desenvolvimento de Goiás. A ferrovia é um grande canal de escoamento e passará a ser utilizada com frequência, barateando o frete para o produtor e proporcionando mais segurança, com menor tráfego de caminhões pesados nas rodovias.
Ainda falando de infraestrutura, o que o Porto Seco de Anápolis representa nesse cenário?
O Porto Seco de Anápolis é hoje uma das mais modernas estações aduaneiras do país, com mais de 300 clientes e capacidade para movimentar 22 mil toneladas de carga por mês. Tudo isso em uma região que, historicamente, é fundamental para a logística no nosso estado. O Aeroporto de Cargas de Anápolis está com mais de 90% da obra concluída, restando pouco mais de R$ 30 milhões para que a pista comece a ser operada. Estamos levantando parceiros e vamos entregar a operação pra quem tem a expertise. Já estamos discutindo isso com grupos internacionais.
O aeroporto de Goiânia estará internacionalizado em 2020?
Com certeza. Os principais gargalos que impediam isso foram identificados e nós temos hoje uma vontade do Governo Federal para que isso aconteça. A ANAC e o governador Ronaldo Caiado estão muito empenhados nisso e toda a estrutura física para que isso aconteça também já está pronta. Hoje, apenas algumas datas precisam ser definidas e algumas etapas vencidas. Inclusive, o governador marcou um ponto fantástico com a redução do ICMS do querosene de aviação, tornando nosso estado mais competitivo.
Então, para esse ano, essa será uma entrega? A tão aguardada internacionalização do aeroporto e também o avanço da questão logística?
Um dos objetivos do programa Goiás de Resultados, cuja coordenação foi confiada a mim pelo governador, é a atração de novos investimentos e isto nós estamos fazendo. Pudemos reunir com vários representantes de todo tipo de segmento ao redor do mundo como mineração, logística, tecnologia. Estabelecemos contato em 2019 com embaixadores de cinco países que querem promover o fortalecimento das relações bilaterais e econômicas com o Brasil. Eles veem nosso país como o futuro no abastecimento do mundo e Goiás apresenta grande potencial devido ao clima, à terra e à localização geográfica, mas também em razão das plataformas multimodais, Ferrovia Norte-Sul e aeroporto de cargas. Nós temos o que o mundo quer. O que temos que fazer, ainda com mais afinco, é que isso chegue lá fora.