Pior ainda está por vir ou Anápolis conseguiu se preparar para tempos mais difíceis?
Essa e outras perguntas foram feitas ao médico Marcelo Daher, um dos principais infectologistas da cidade

O infectologista Marcelo Daher foi o entrevistado desta terça-feira (09) no Tema de Hoje, o podcast diário do Portal 6.
Médico bastante respeitado em Anápolis, ele passou a ser ainda mais procurado após a pandemia do novo coronavírus chegar na cidade.
Só no Portal 6 foram várias as reportagens em que ele ajudou a esclarecer os riscos da Covid-19, a importância da testagem em massa e as medidas para achatar a curva de contágio da doença.
Chegamos em junho com a cidade mudada, com mais flexibilização ocorrendo e os caso de Covid-19 aumentando substancialmente a cada dia. O pior ainda está por vir ou Anápolis realmente conseguiu se preparar para tempos mais difíceis?
Na entrevista, em que respondeu essa e outras perguntas, Marcelo Daher afirma que a cidade deveria ter adotado a matriz de risco, que norteia o nível de quarentena no município, desde o início da crise.
“Acredito que tenha sido um erro do Governo do Estado, lá atrás (em março), fechar tudo precipitadamente. A matriz de risco deveria ser adotada naquela época, como primeira medida, porque assim se estaria poupando mais a população economicamente, permitindo o funcionamento dos estabelecimentos quase de forma normal. Agora, temos que tentar aliar a flexibilização dos comércios com o aumento diário dos casos”, pontuou.
No entanto, o infectologista reconhece que a gestão municipal acertou ao montar uma estrutura hospitalar exclusiva para pacientes com a doença. Essa ação, segundo ele, permitiu que a cidade evitasse a superlotação nas unidades de saúde.
Estimativa da UFG
Uma nota técnica recente, elaborada por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), estima que a região dos Pirineus — onde Anápolis se encontra e é a cidade-pólo — deve ver o sistema público de saúde colapsar entre junho e julho. A quantidade de mortos, conforme a estimativa, poderá alcançar a casa dos três dígitos antes de agosto.
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Ao comentar o estudo da instituição, Marcelo Daher destacou que a projeção feita pela universidade leva em conta os dados existentes, mas que ainda existe muita coisa sobre o vírus que ainda não conhecemos.
Ele ressaltou também que um dos problemas nas regiões Norte e Nordeste de Goiás é a falta de estruturas hospitalares adequadas, o que exige que os pacientes oriundos dessas localidades precisem ser deslocados para Anápolis em busca de tratamento.
Marcelo Daher, por fim, defende que a estrutura criada às pressas para dar conta da ameaça do novo coronavírus precisa ser mantida após o controle da pandemia. Segundo ele, isso tornaria Anápolis menos dependente dos hospitais particulares.
A entrevista completa pode ser ouvida, a seguir, na plataforma de sua escolha:
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https://anchor.fm/portal-6/episodes/Marcelo-Daher-e-o-avano-do-novo-coronavrus-em-Anpolis-ef6bv1
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