Na Câmara, vereador de Anápolis acusado de estupro se defende e diz que tem álibi

Domingos de Paula alega que está sendo vítima de 'jogada política' e apresentará material à Justiça

Denilson Boaventura Denilson Boaventura -
Na Câmara, vereador de Anápolis acusado de estupro se defende e diz que tem álibi

Na tribuna da Câmara Municipal, Domingos Paula (PV) se manifestou durante a sessão ordinária desta segunda-feira (29) sobre a denúncia da jovem, de 21 anos, que alegou à Polícia Civil que o vereador tentou estuprá-la dentro do gabinete dele no último dia 24 de junho.

“Estou aqui não para me defender, mas para falar a verdade. Depois de hoje, não tocarei mais nesse assunto, isso fica por conta de meus advogados. Senhores vereadores, vice-presidente Luiz Lacerda, presidente da Comissão de Ética, estou à disposição. Não posso provar, mas vejo conotação política nesta denúncia”, disse.

Afirmando estar “estarrecido” com a acusação, Dominguinhos, como é conhecido, negou que tenha condicionado a doação de tijolos a uma possível relação sexual. Segundo o vereador, a jovem que o denunciou não faz parte do convívio dele, que só teria conversado com ela em duas ocasiões.

A primeira, de acordo com o parlamentar, foi há dois meses quando ela pediu ajuda para fazer laqueadura e depois para implantar um DIU. “Disse que olharia. Mas depois constatou-se a idade da pessoa, 21 anos, não era possível realizar esses procedimentos”, revelou.

Por último, segundo ele, a jovem voltou a procurá-lo. Dessa vez, em busca da doação de material de construção. No entanto, conforme o vereador, ele teria enviado um áudio dizendo que em período eleitoral não podia atender à solicitação.

“Mesmo assim depois a pessoa pediu novamente. Achei estranho. Tempos atrás fui alertado que seriam feitas armações contra alguns vereadores. Fiquei curioso. Pedi para que ela viesse até ao gabinete”, narrou o parlamentar.

Dominguinhos disse aos colegas vereadores que recebeu a jovem no gabinete no dia 24 de junho no horário marcado, às 08h30. “Mais uma vez disse que não podia fazer a doação, mas iria olhar a possibilidade que outra pessoa o fizesse. Fui a uma loja de materiais de construção, mas não fiz compra”, ressaltou.

Ele contou ainda que, em companhia da jovem, se deslocou até próximo ao local onde supostamente seria o canteiro de obras que necessitava de tijolos, na região do Lírios do Campo, e constatou que ali não havia sequer asfalto.

“Quando retornamos passei pela Avenida Ana Jacinta, no local onde deixei a pessoa. Não houve retorno ao gabinete. Estranhamente depois veio a acusação de assédio sexual. Em meu gabinete tenho secretária, mais duas pessoas que trabalham comigo, dentro da sala eu e minha secretária”, frisou.

O vereador disse ter em seu poder imagens de câmeras de segurança privadas e do sistema do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) que comprovam suas afirmações — de que deixou a jovem na Vila Santa Maria de Nazareth e foi embora — e que apresentará todo o material à Justiça.

Também reclamou da forma como o assunto foi tratado pela imprensa. “A verdade virá à tona. Se ficar provado a utilização política do assunto, enquadramento na lei das fake news, os responsáveis serão pegos e podem ser presos”, pontuou.

“Meus advogados solicitaram imagens das câmeras que circundam a delegacia de polícia, para identificar quem acompanhou a pessoa na hora da denúncia, quem pode estar por trás disso”, concluiu o vereador negando, mais uma vez, as acusações.

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