Afinal, os casos de estupro de vulnerável aumentaram ou não durante a pandemia em Anápolis?

Entre as possíveis vítimas estão bebês, crianças e adolescentes. Mais da metade das ocorrências foram em âmbito familiar

Rafaella Soares Rafaella Soares -

Nesta quinta-feira (24), mais um estupro de vulnerável foi registrado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis.

Quem relatou o caso foi uma conselheira tutelar, que afirmou ter recebido uma denúncia pelo Disk 100 de que a vítima seria uma adolescente de 12 anos.

Quando esteve no endereço, encontrou a avó da garota. A idosa confirmou os fatos e disse que tudo aconteceu quando a menor foi dormir na casa de um tio e acordou com ele passando as mãos nas partes íntimas dela.

Ele só teria parado porque a filha, um bebê, acordou chorando e acabou também despertando a esposa do homem.

Posteriormente, a menina revelou o crime para a família e alguém decidiu fazer a denúncia sem se identificar. A avó, porém, disse que não registraria o caso porque “não aconteceu nada demais”.

No período de dois meses, mais precisamente desde o último dia 24 de julho, essa é a 17ª notícia de estupro de vulnerável que o Portal 6 consegue repercutir.

Mais da metade dos casos apontados ocorreram em âmbito familiar, inclusive com bebês.

A reportagem já mostrou que, desde o início da pandemia do novo coronavírus, a violência contra idosos aumentou. E quanto às crianças? Elas se tornaram alvos sexuais mais fáceis ao ficarem dentro de casa?

Segundo a DPCA, a resposta é não. Titular da unidade, a delegada Kênia Segantini revelou que as denúncias de violações sexuais já eram altas antes mesmo da Covid-19.

“As denúncias de violência sexual são muito altas e já eram antes da pandemia. A diferença é que antes da pandemia o registro do fato era mais presencial, na DP. Depois, passaram a ser feitos mais pelos disque denúncias. Mas continuam chegando muitas denúncias”, afirmou.

Entre março e agosto de 2020, a delegacia realizou 20 prisões em flagrante, sendo três delas por crimes contra a dignidade sexual.

E mesmo que as denúncias presenciais não tenham aumentado, a delegacia ainda não terminou de contabilizar quantos crimes desta natureza que foram registrados neste mesmo período por ligações.

Em tempo

As denúncias podem ser feitas gratuitamente discando os números 100 (Denúncias de violações de Direitos Humanos), 197 (Polícia Civil) ou 180 (Central de Atendimento à Mulher).

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