Por que a “PEC da Vingança” ainda está gerando polêmica com deputados em Goiás

Há parlamentares que se manifestaram publicamente contra a medida, mas na hora votaram a favor do emparedamento do Ministério Público

Apelidada de “PEC da Vingança”, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tentou emparedar o Ministério Público foi derrotada recentemente na Câmara dos Deputados e representou a maior derrota do presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas), desde que assumiu o cargo.

A intenção era alterar a composição do conselho que pode punir internamente promotores e obrigar o órgão a criar um código de ética para a categoria.

Na prática, essa tentativa de interferência foi vista pelos integrantes do Ministério Público como uma forma da classe política limitar a atuação dos procuradores e deixá-los com medo de abrir processo contra agentes públicos e poderosos.

Em Goiás, dez dos 17 deputados votaram a favor dessa PEC (veja lista abaixo). Porém, mesmo após a rejeição da proposta, o assunto não deixou de render nas redes sociais e no mundo político por dois motivos.

O primeiro é que três deles (João Campos, Glaustin da Fokus e José Nelto) se manifestaram publicamente contra a medida, mas na hora votaram a favor.

Já outros, como Major Vitor Hugo, que já sustentaram discursos contra a política tradicional, também apoiaram a ofensiva contra o órgão.

O voto mais previsível era o de Rubens Otoni, que seguiu a orientação do PT, partido que mais sofreu desgaste na Operação Lava Jato.

Votaram a favor da “PEC da Vingança”

– Adriano do Baldy (Progressistas)
– Alcides Rodrigues (Patriota)
– Glaustin da Fokus (de PSC)
– João Campos (Republicanos)
– José Nelto (Podemos)
– Lucas Vergilio (Solidariedade)
– Magda Mofatto (PL)
– Major Vitor Hugo (PSL)
– Professor Alcides (Progressistas)
– Rubens Otoni (PT)

Votaram contra a “PEC da Vingança”

– Célio Silveira (PSDB)
– Delegado Waldir (PSL)
– Dr. Zacharias Calil (DEM)
– Elias Vaz (PSB)
– Flávia Morais (PDT)
– Francisco Jr. (PSD)
– Jose Mario Schreiner (DEM)