Malikah Shabazz, filha de Malcolm X, é encontrada morta em Nova York
Departamento de Polícia da cidade disse que ela foi localizada já inconsciente
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Malikah Shabazz, 56, filha do ativista Malcom X, um dos maiores expoentes da luta contra o racismo, foi encontrada morta nesta segunda-feira (22) em sua casa no Brooklyn, em Nova York, segundo informações da polícia à imprensa local.
O Departamento de Polícia de Nova York disse que ela foi encontrada inconsciente pela filha. Segundo os agentes, a morte parece ter sido por causas naturais, mas uma autópsia será realizada para esclarecer.
Bernice King, filha do líder do movimento dos direitos civis Martin Luther King Jr., disse estar “profundamente triste” com a morte de Malikah.
“Meu coração está com a família dela, os descendentes da Dra. Betty Shabazz e Malcolm X. A Dra. Shabazz estava grávida de Malikah e de sua irmã gêmea, Malaak, quando o irmão Malcolm foi assassinado. Fique em paz, Malikah”, acrescentou Bernice.
Na última quinta (18), a justiça de Nova York absolveu dois homens condenados pelo assassinato em 1965 de Malcolm X.
Chamando o caso de “falha da justiça”, a juíza da Suprema Corte de Nova York Ellen Biben anulou a condenação de Muhammad Aziz, conhecido como Norman 3X Butler, que aos 83 anos estava presente no tribunal, e Khalil Islam, vulgo Thomas 15X Johnson, que morreu em 2009.
Malcolm X foi morto em 21 de fevereiro de 1965, quando pisou na tribuna do Audubon Ballroom, no Harlem.
Muhammad Aziz e Khalil Islam, que passaram mais de duas décadas na prisão, sempre alegaram inocência. O terceiro condenado pela morte, Mujahid Abdul Halim, ou Talmadge X Hayer, reconheceu ter feito o disparo e sempre defendeu que Aziz e Islam não estavam envolvidos.
Na época de seu assassinato, Malcolm X, de 39 anos, uma figura radical do movimento negro acusada por seus detratores de incitar a violência e o separatismo, havia deixado a Nação do Islã e abraçado um discurso mais moderado.
Ele vinha sendo ameaçado por membros de seu antigo grupo e sua casa no bairro nova-iorquino de Queens havia sido alvo de um ataque alguns dias antes.
O assassinato de Malcolm X abalou os Estados Unidos e simbolizou as tensões políticas e sociais no país nos anos 1960, marcadas também pelo assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963 e de Luther King, em 1968.