Luta é travada para tentar manter o Tiro de Guerra em Anápolis

Inaugurado em 1929, o espaço foi responsável pela formação militar de vários jovens e até contribuiu com a Segunda Guerra Mundial

Caio Henrique Caio Henrique -
Unidade do Tiro de Guerra em Anápolis, no bairro Jundiaí. (Foto: Claudiomir Gonçalves/ Anápolis na Rede)

As redes sociais foram tomadas por mensagens de lamento e nostalgia nas últimas horas em Anápolis.

Isso porque cresceram os rumores de um possível fechamento do Tiro de Guerra (TG) da cidade, localizado no bairro Jundiaí, na região Central.

“Que notícia triste” e “faz parte da história de Anápolis” foram algumas das mensagens publicadas pelos moradores, que ficaram comovidos com a possibilidade.

Moradores rapidamente lamentaram a possibilidade de fechamento da unidade. (Foto: Captura)

Apesar de ser responsabilidade do Exército, o TG não configura um quartel de fato e conta com uma espécie de convênio com a Prefeitura para seguir aberto.

Sendo assim, o Portal 6 buscou contato com o Centro Administrativo para saber se o local será, de fato, fechado.

Em nota, foi explicado que, após recomendação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a Procuradoria-Geral do Município (PGM) revogou a lei que concedia auxílio-moradia e auxílio-alimentação para membros do Tiro de Guerra.

A Prefeitura ressaltou, porém, que um diálogo já foi aberto junto à unidade para tentar encontrar outras alternativas legais que viabilizem a continuidade do suporte financeiro que garantiria a permanência do TG em Anápolis.

Leia o comunicado na íntegra:

A Procuradoria-Geral do Município (PGM) informa que, após recomendação do Ministério Público do Estado de Goiás, revogou a lei que concedia auxílio-moradia e auxílio-alimentação para membros do Tiro de Guerra, um benefício de fomento à instituição no território de Anápolis. Desde então, um diálogo foi aberto entre a Prefeitura e o TG para encontrar alternativas legais de suporte financeiro à instituição, conforme Parecer nº 1471/2021, da PGM, ainda que o órgão seja em essência ligado ao Exército Brasileiro. A permanência do órgão no município não é de responsabilidade do poder municipal, embora todos os esforços por parte da Prefeitura têm sido feitos para que a respeitada instituição do Tiro de Guerra continue prestando os relevantes serviços à nossa comunidade.

Histórico de peso

Hoje registrado sob o número 11-001, a unidade do município já foi conhecida por outros nomes e numerações.

Na inauguração, por exemplo, foi lançada como a Escola de Instrução Militar n° 315, ainda em de fevereiro de 1929. Depois disso, chegou a ser conhecida como o TG 53, entre os anos de 1945 e 1978.

Além da formação militar de diversos jovens, tanto do município quanto de regiões próxima, o TG já chegou a contribuir em um dos principais confrontos da história da humanidade: a Segunda Guerra Mundial.

Conforme explicado à reportagem por Jairo Alves Leite, historiador e coordenador do Museu Histórico e da Estação Ferroviária de Anápolis, alguns soldados da unidade anapolina participaram do célebre batalhão brasileiro que marcou presença na Itália, no início da década de 40.

A missão era, nada mais nada menos, que libertar os italianos do controle remanescente do exército alemão na região, liderado justamente por Adolf Hitler.

Os feitos resultaram na composição da “Canção do Expedicionário”, considerado um dos cantos mais bonitos de todas as Forças Armadas brasileiras.

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