De Varig a Avianca, relembre aéreas que encerraram operação no Brasil
Nos últimos 20 anos, pelo menos seis companhias deixaram de operar no país por razões semelhantes
A ITA (Itapemirim Transportes Aéreos) não é a primeira empresa aérea a enfrentar dificuldades financeiras no Brasil. Nos últimos 20 anos, pelo menos seis companhias deixaram de operar no país por razões semelhantes.
A Itapemirim destaca-se pela brevidade de suas atividades. A empresa começou a operar em junho de 2021, e pegou milhares de passageiros desprevenidos com o anúncio feito em dezembro, às vésperas das festas de final de ano, de que suspenderia sua operação. A aérea afirma que pretende retomar os voos “em breve”.
A companhia convivia com atrasos de salários e benefícios de funcionários, suspensão do plano de saúde dos trabalhadores, dívidas com fornecedores, descumprimento de horários, cancelamentos de voos, atendimento criticado por clientes e envio de dados errados sobre número de passageiros para a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Atividade que exige grande volume de capital, não é raro que empresas aéreas enfrentem dificuldades financeiras. Relembre companhias que encerraram suas operações.
Varig
Um dos casos de falência mais marcantes no setor aéreo brasileiro foi o da Varig. Fundada em 1927, ela chegou a ser a principal companhia do Brasil –e uma das maiores do mundo.
Contudo, a partir da década de 1990, a Varig começou a apresentar prejuízo em seu balanço financeiro após a entrada de novas companhias estrangeiras.
No início dos anos 2000, a ascensão da TAM e a entrada da GOL no mercado acirraram a concorrência na aviação doméstica.
Em 2005, a companhia entrou em recuperação judicial e, dois anos mais tarde, foi vendida para a GOL. A falência da Varig foi decretada em 2010.
Vasp
A Vasp (Viação Aérea São Paulo) foi fundada em 1933 por um grupo de empresários de São Paulo, estatizada em 1935 e privatizada em 1990.
Assim como a Varig, a companhia também entrou nos anos 2000 passando por dificuldades financeiras. Com dívidas acumulando e uma frota sucateada, a Vasp solicitou recuperação judicial em 2005. Três anos depois, a falência foi decretada.
Transbrasil
Um dos maiores nomes do setor aéreo brasileiro nas décadas de 1980 e 1990, a Transbrasil também sucumbiu às dificuldades financeiras.
A companhia teve sua falência decretada em julho de 2001, a pedido da General Electric Capital Corporation, que disse não ter recebido o pagamento de uma dívida de US$ 2,6 milhões, referente a aluguéis de aviões e turbinas.
Avianca Brasil
Um dos exemplos mais recentes é o da Avianca Brasil, que deixou de operar no país em 2019. A empresa entrou em crise no ano anterior, deixando de pagar contratos de arrendamento de aeronaves e motores de sua frota.
A companhia, que chegou a ter 11% de participação no mercado doméstico, acumulou mais de R$ 2,7 bilhões em dívidas e teve sua falência decretada em julho de 2020.
Webjet
A Webjet foi criada por executivos do mercado financeiro em 2004, mas começou a operar apenas no ano seguinte. Poucos meses depois de fazer os primeiros voos, a companhia enfrentou sua primeira crise e chegou a ficar três dias sem operar nenhum de seus 26 trechos.
Em 2007, a Webjet foi comprada pela operadora de turismo CVC, que vendeu a empresa para a GOL em 2011. No ano seguinte, as atividades foram encerradas.
BRA
A crise financeira também foi o que levou BRA (Brasil Rodo Aéreo) a encerrar suas operações comerciais.
Fundada em 1999, a empresa atuou seis anos no mercado fretado até que, em 2005, passou a fazer voos regulares. No entanto, dois anos mais tarde, a BRA pediu à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) a suspensão de todos os seus voos.
Na época, a companhia tinha 4,6% do mercado doméstico, e operava 315 voos mensais para 26 destinos nacionais e três internacionais. Atualmente, a BRA está em processo de recuperação judicial.