Moro deve combater sexualização precoce e defender lei do aborto, diz coordenador evangélico

Pré-candidato quer se apresentar como uma alternativa moderada a Jair Bolsonaro (PL)

Folhapress Folhapress -
Moro deve combater sexualização precoce e defender lei do aborto, diz coordenador evangélico
O ex-ministro Sergio Moro (Justiça) (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Em contatos com lideranças evangélicas, Sergio Moro (Podemos) deverá buscar demarcar diferenças com o presidente Jair Bolsonaro (PL) como um “conservador moderado e democrático”, segundo Uziel Santana, responsável por coordenar essa área na pré-campanha do ex-ministro.

Isso inclui a abordagem de temas da chamada pauta moral, que despertam interesse especial do segmento.
Um exemplo são as questões de gênero, em que o ex-juiz busca um meio-termo.

“Moro vai combater a sexualização precoce das crianças, mas não pretende proibir discussões sobre o tema no contexto acadêmico”, diz Santana, fundador e ex-presidente da Anajure (Associação Nacional dos Juristas Evangélicos).

No caso do aborto, diz Santana, a ideia é defender a manutenção da legislação atual, que prevê interrupção da gravidez em caso de estupro, risco para a vida da mãe e anencefalia.

Já a defesa do ensino domiciliar, outra bandeira de evangélicos, é um tema encarado de forma lateral pelo ex-juiz, embora sua defesa na campanha não esteja descartada.

Moro deve intensificar o contato com grupos evangélicos. Mesmo lideranças associadas a Bolsonaro, como Silas Malafaia, serão procuradas. “Malafaia é polêmico, mas a igreja dele é séria”, diz Santana.

A ideia, no entanto, não é obter o apoio de igrejas. “A gente não quer esse tipo de relação, dá margem para muitos problemas. É uma aliança de princípios e valores”, afirma.

Também estão sendo organizados encontros até o final de janeiro com representantes de diversas religiões, como a Igreja dos Mórmons, Conib (Confederação Israelita do Brasil), Fambra (Federação das Associações Muçulmanas do Brasil) e Canção Nova (ligada à Renovação Carismática da Igreja Católica).

“O recado é que a liberdade religiosa é um direito fundamental, que será respeitado e promovido”, diz o coordenador.

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