Morto por advogado bêbado em Anápolis deixa mãe inconsolável e filho de apenas 12 anos

Entregador de delivery, ele havia comprado a motocicleta há um mês e não gostava de trabalhar até tarde da noite para evitar acidentes

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Wilkinson Leles do Nascimento morreu após ser atingido pelo carro de pelo advogado Sérgio Fernandes de Moraes. (Foto: Arquivo Pessoal)

Vítima fatal de um acidente de trânsito no último domingo (09), Wilkinson Leles do Nascimento, de 38 anos era “caseiro e companheirinho da mãe”.

Essas são algumas das características dadas pela tia dele, Irene Lelis, em entrevista exclusiva ao Portal 6 nesta quinta-feira (13).

Feirante, a mãe ainda não voltou a trabalhar após a tragédia e está inconsolável. Além da genitora, Wilkinson deixou um filho de apenas 12 anos.

De acordo com a tia, ele estava desempregado e por isso optou a trabalhar como entregador de delivery. A moto utilizada para fazer as entregas pelas ruas de Anápolis também era recente – havia sido adquirida há um mês.

O horário de trabalho era bastante regrado, pois havia receio que acidentes pudessem ocorrer. “Trabalhava até 21h no máximo, não gostava de ficar a noite pra evitar acidentes”.

No dia do acidente, ele saiu para trabalhar e disse a mãe “que só faria algumas poucas entregas e logo voltava”, entretanto, Wilkinson não pôde voltar pra casa.

Ao transitar pela Vila São José, região Leste de Anápolis, na noite do dia 09 de janeiro, o entregador colidiu frontalmente com um Ford KA conduzido pelo advogado Sérgio Fernandes de Moraes, de 56 anos.

Imagens de segurança gravaram o momento do acidente. Pelos registros, é possível ver o motorista trocando de faixa de maneira abrupta e atingido em cheio a vítima.

“Meu sobrinho estava na velocidade permitida da via, a câmera pegou 10 metros antes e ele estava devagar. O cara não deu chance, não sinalizou. Ele [vítima] estava na mão dele. Foi um impacto surpreendente, ele não teve chance”.

Após o acidente, a família foi avisada por um vizinho que comunicou a outro sobrinho de Irene. Ao saber do ocorrido, a mãe correu até o local, mas o filho já havia sido levado pelo socorro.

Ao pedir ajuda para um policial, uma outra irmã de Irene descobriu que a vítima era Wilkinson. O desespero tomou conta da família, que se deslocou ao Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA).

“A mãe dele entrou em desespero e na hora já foi todo mundo para o hospital. Lá, a assistente social chamou e disse que não tinha tido jeito de salvar ele. Quebrou as duas pernas, teve traumatismo craniano. A roda pegou em cima dele duas vezes”, narrou.

Suspeito de estar alcoolizado no momento do atropelamento, Sérgio foi duramente advertido por Irene, que também repreendeu Demóstenes Torres, advogado do motorista que criticou a atuação do delegado Manoel Vanderic, titular da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), à frente do caso,

“Uma pessoa que bebe e pega direção no volante pra dirigir, ela está assumindo o risco e pra mim é um criminoso. O meu sobrinho nem bebia, sempre dirigiu tranquilo, tinha carteira há muitos anos. Eu acho que esse advogado tá querendo se safar de todas as maneiras, mas a gente quer Justiça”, pontuou.

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