Pandemia aumenta demanda por escolas municipais de Anápolis e já há listas de espera por vagas

Secretária Eerizania Freitas reconhece o problema e diz que a Semed garante a vaga, ainda que fora da região onde os alunos moram

Caio Henrique Caio Henrique -
Aulas presenciais tiverem seu retorno em Anápolis. (Foto: Divulgação/ Prefeitura de Anápolis)

Esta semana foi marcada pelo retorno das aulas presenciais na rede pública de educação de Anápolis, após praticamente dois anos de paralisação e ensino remoto, devido a pandemia da Covid-19.

Uma situação que se mostrou constante para alguns pais e responsáveis, contudo, foi a dificuldade em realizar a matrícula das crianças do ensino fundamental nas unidades de preferência.

Tanto é que diversos deles procuraram o Portal 6 para relatar a situação.

Renata Maranha Duarte, de 31 anos, é um destes exemplos. Atualmente, ela tenta matricular o o filhinho caçula, de 07 anos, na Escola Municipal Belisária Corrêa de Faria, onde já estuda a outra filha, de 10 anos.

Porém, acabou se esbarrando na limitação das vagas, já completas. Como moradora do Residencial Vale dos Pirineus, ela tem a Escola Municipal Professor Ernest Heeger como a unidade mais próxima e também como uma segunda opção. O resultado, todavia, não foi diferente.

“Não consegui vaga em nenhuma das duas, agora ele está na fila de espera. Me orientaram para aguardar e entrar em contato com outras escolas, mas que essa semana seria crucial para surgir novas vagas”, explicou.

O caso é muito semelhante a de outra mãe, que preferiu manter o anonimato. Assim como Renata, ela aguarda a mobilização de uma lista de espera para efetuar a matrícula dos filhos.

Com a palavra, a secretária municipal de Educação

O Portal 6 conversou com Eerizania Freitas, secretária municipal de Educação. Na entrevista, ela explicou a dinâmica das instituições de ensino do município e os fatores que contribuíram para a alta demanda de estudantes.

“Nós temos a obrigação de garantir o direito à educação. Mas, infelizmente, nem sempre teremos condições de ofertar a vaga na unidade mais próxima ou favorável”, sustentou.

Segundo a secretária, a crise socioeconômica, causada em grande parte pelos efeitos do vírus, acarretou em um fenômeno de larga escala, em que os pais tiraram os filhos das escolas privadas e, agora, buscam vaga nas instituições municipais.

“A população precisa entender que em lugar nenhum é possível atender a preferência de 100% dos casos. Adoraria poder arrumar espaço para que todos tivessem uma realidade mais compatível com a proximidade do domicílio, mas, infelizmente, não tem como”, justificou.

“Somos super sensíveis em relação à esta situação, mas não podemos provocar uma superlotação de unidades, especialmente tendo vagas em outras”, emendou.

Eerizania afirmou que a alocação das crianças tem como parâmetro o endereço residencial e que, mesmo em casos de lotação nas primeiras opções, elas seguem sendo redirecionadas para as escolas mais próximas, dentro do polo espacial no qual o aluno e as unidades estão inseridos.

Outro ponto reforçado foi que muitos responsáveis insistem em tentar a matrícula e que, por isso, são elaboradas listas de espera para cada escola.

Em alguns casos, as mudanças e desistências acabam gerando um espaço. Contudo, segundo a secretária, elas não são garantias de entrada e não devem impedir a inscrição das crianças em alguma unidade disponível.

Creches

Os espaços de cuidado infantil são tradicionalmente conhecidos pela concorrência e dificuldades em garantia de vagas.

Em Anápolis, a entrada é realizada com base em um ranqueamento de posições, calculado com base na vulnerabilidade social de cada interessado nos serviços de creche.

“É um caso diferente do ensino fundamental, pois já se existe esse déficit e também possui uma demanda muito grande para suprir”, destacou Eerizania, que também informou estar trabalhando em estratégias para ampliar o atendimento do tipo no município.

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