Quatro meses após denúncia, mães voltam a reclamar de falta de aulas em CMEI: “metade do salário fica com a babá”

Ao invés de ficarem o dia na escola, crianças estão voltando para casa às 11h, por falta de funcionários na unidade de ensino de Anápolis

Davi Galvão Davi Galvão -
CMEI Professora Cinthya Rodrigues. (Foto: Reprodução/Google Maps)

Em uma rotina apertada, muitos pais possuem a necessidade de deixar os filhos pequenos sob os cuidados dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI’s). As unidades têm, como proposta, além de educar as crianças, oferecerem esse espaço de acolhimento no contraturno. Porém, em Anápolis, tal proposta ainda está longe de ser realidade.

A situação, inclusive, não é nova. Em janeiro deste ano, o Portal 6 já havia exposto a situação do CMEI Professora Cinthya Rodrigues, localizada no Parque São Conrado, que desde o início do período letivo tem mandado os alunos de volta para casa às 11h.

Uma mãe, que preferiu não ter o nome divulgado, revelou que tal cenário vem causando bastante dor de cabeça e, principalmente, perdas financeiras.

“Eu não tenho nenhuma rede de apoio, sou só eu e meu menino, que está no Infantil II. Aí, em vez de deixar ele na escola, que teoricamente devia ficar com ele de tarde, eu tenho que gastar quase metade do meu salário com babá. Como que cresce nessa vida?”, questionou.

Ela ainda garantiu que, desde o começo do ano, vem mantendo contato com a gestora da escola, que, por sua vez, afirma que o que impede o ensino integral é justamente a falta de professores de apoio e auxiliares.

Outra mãe, que também optou pelo anonimato, demonstrou igual insatisfação com a falta desse amparo.

“Meu marido trabalha no Industrial, dá 11h ele tem que ir lá, buscar nossa filha de 03 anos para levar para a casa da babá. Sem contar esse deslocamento, já é R$ 500 que a gente tá tendo que gastar agora, para algo que a escola tinha que oferecer”, lamentou.

Ainda, ambas as mães concordaram que, apesar de toda a situação estressante, o que mais incomoda é a falta de medidas efetivas por parte da administração pública para sanar o problema.

“Para você ver, no começo do ano, alguns outros CMEI’s também estavam assim, mas agora já foi tudo resolvido neles. Quem foi esperta conseguiu mandar os filhos para lá. Mas se eles conseguiram porque ele [Cinthya Rodrigues] não consegue? A gente liga lá na Secretaria, eles falam que vão resolver e ficam empurrando com a barriga” denunciou uma.

A reportagem, mais uma vez, tentou contato com a Prefeitura, que, mais uma vez, não respondeu os questionamentos.

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