O que está fazendo o preço dos imóveis ‘explodir’ em Goiânia

Especialista do setor imobiliário aponta ainda tendência de crescimento para o interior de Goiás

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Imagem aérea do Setor Marista, em Goiânia. (Foto: Reprodução/Ricardo Viana).icardo Viana).

Se você teve dificuldades de encontrar um imóvel com um bom preço em Goiânia em 2021, não foi por acaso. Uma pesquisa indicou que a capital goiana foi uma das cidades que mais encareceu o metro quadrado no país.

O Índice FIPEZap, que fez o levantamento com base em amostras de anúncios coletados em dezembro do ano passado, apontou que o município foi o 10º mais valorizado, com 13,7% de aumento na média de preços – única do Centro-Oeste entre as 10 primeiras colocadas.

Ao Portal 6, o diretor de vendas da URBS Imobiliária, Edmilson Borges, explicou que essa ascensão no custo do metro quadrado pode ser justificada por uma questão de correção de valores.

“Historicamente, Goiânia sempre teve um dos preços mais baratos entre as capitais do Brasil. Esse aumento é um fenômeno que acontece em todo o país, devido a uma valorização dos insumos da construção civil”.

Além disso, o especialista do setor imobiliário apontou que um processo de encarecimento está acontecendo nos bairros nobres, o que pode ter colaborado para essa guinada.

“As vagas em setores bem localizados se tornaram mais escassas e essas regiões tiveram um aumento de procura. Com isso, o preço naturalmente tende a aumentar”, explicou.

Contudo, Edmilson destacou que essa margem de aumento acabou sendo maior na capital de Goiás, em relação a outras cidades conhecidas por imóveis caros, por esses valores estarem defasados em relação a esses lugares.

“Goiânia está muito abaixo da realidade do mercado do país, ainda tem muito espaço para crescer. O m² mais caro daqui é no Setor Marista, que custa por volta de R$ 7mil, R$ 8 mil. Em Brasília, por exemplo, esse valor chega até em R$ 25 mil na Asa Norte”. Entretanto, a pesquisa revela que a média do m² na capital goiana e de R$ 5.114 enquanto a média nacional é de R$ 7.874.

O diretor de vendas ainda apontou que o momento atual seria ideal para investirem imóveis na capital. “Esse aumento é uma realidade que não tem como fugir, está só começando”.

Centro-Oeste

Em um cenário mais amplo, a região Centro-Oeste segue a mesma tendência de valorização, motivado pelo crescimento do agronegócio.

“Goiânia é o carro chefe [das capitais do Centro-Oeste], ela puxa nosso estado e o restante da região. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul compartilham de uma situação de geração de riqueza que nem Goiás”, pontuou Edmilson.

Ele também ressaltou que há uma tendência de aumento de preços nos imóveis no interior goiano, em municípios como Rio Verde, Jataí, Itumbiara e Catalão.

Na região goiana, o diretor da URBS ressaltou o desenvolvimento de um parque industrial muito forte em municípios como Anápolis (com farmacêuticos) e Aparecida (com logística).

“Esse desenvolvimento em áreas além da agrícola também favorecem a valorização em Goiás. Vejo um viés de crescimento e circulação de dinheiro muito interessante”, complementou.

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