Os impactos que a iminente greve dos motoristas da Urban poderiam causar

Diariamente, milhares de trabalhadores e estudantes fazem uso do transporte coletivo em Anápolis

Caio Henrique Caio Henrique -
Terminal Rodoviário Urbano, em Anápolis. (Foto: Bruno Velasco)

Prevista para trazer uma definição concreta na última quinta-feira (10), a audiência entre as contrapartes no imbróglio que circunda a possível paralisação dos trabalhadores da Urban não teve um desfecho.

Ainda com um cenário de incógnita, uma nova reunião foi marcada para o próximo dia 16 de fevereiro.

Insatisfeitos com a falta de readequação salarial desde a chegada da pandemia da Covid-19, os trabalhadores enxergam a greve como a última forma de garantir os direitos.

Já a Urban alega ter acumulado dívidas muito altas durante a crise sanitária, muito por conta do desuso do transporte público durante o isolamento e também pela não atualização da tarifa de ônibus – que é responsável pelo custeamento dos vencimentos dos servidores e que, via contrato firmado com a Prefeitura, deve acontecer a cada mês de julho.

Sendo assim, a empresa tenta articular junto à gestão municipal alguma estratégia que permita uma solução para o atual cenário, sem a necessidade de impedir a continuidade do serviço fundamental para a população.

Caso confirmada, a greve será sentida principalmente por parte da classe trabalhadora e também grande parte dos estudantes – tanto de colégios, quanto de faculdades – que dependem do transporte público para se deslocar.

O que pode acontecer?

Diante dessa possível realidade, a reportagem do Portal 6 conversou com diferentes entidades e organizações anapolinas, para compreender melhor os efeitos que uma paralisação do meio traria para a sociedade.

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Anápolis (SITTRA), Adair Rodrigues ressaltou que em meio às negociações da concessionária e da Prefeitura, o trabalhador do setor acaba sendo o maior dos prejudicados.

“Desde julho, estamos perdendo nossos direitos e cláusulas sociais e isso é muito ruim para todos nós, é péssimo”, afirmou.

“Mas vamos aguardar até esse próximo encontro no dia 16 e, com fé em Deus, esperamos trazer uma conquista importante para o trabalhador”, completou.

Regina Faria, presidente do Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Anápolis (SundiAnápolis), foi outra a comentar a estado da situação para a reportagem.

“Como sindicalista, é óbvio que a gente sempre olha pelo lado do trabalhador e sabemos o quanto é difícil ficar tanto tempo sem o aumento salarial na pandemia, que foi justamente quando todo o resto aumentou”, afirmou ela.

“Ao mesmo tempo, como presidente do SindiAnápolis, penso também nos vários servidores da cidade que andam de ônibus e que seriam impactados pelo preço da passagem, pois temos conhecimento do percentual muito alto que o transporte representa na economia de cada pessoa”, completou.

“É uma discussão muito complexa e que a gente observa que o ideal seria termos um subsídio governamental, como existe em tantos outros municípios, para que o serviço essencial do transporte não afete nenhum dos lados e que seja compatível para nossa realidade”, finalizou.

A União dos Estudantes Secundaristas e Superiores de Anápolis (UESA) também respondeu a reportagem e decidiu não se posicionar no momento, optando por aguardar novos desdobramentos no caso.

O Portal 6 também tentou contato com o Diretório Central de Estudantes da Universidade Estadual de Goiás (DCE/UEG), a Câmara de Dirigentes Lojistas de Anápolis (CDL) e com a Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA), mas não obteve retorno até o momento desta publicação. O espaço segue aberto para futuros pronunciamentos.

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