Rapper e gari em Goiânia, Yelow acorda antes das 06h para trabalhar e não dorme antes de passar em estúdio

Artista já tem 77 canções gravadas, 11 clipes lançados e até uma vinheta tema de série na TV

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Rhafael “Yelow” é rapper da cena de Goiânia que também atua como servidor da Comurg. (Foto: Reprodução).

Desde 2009, Rhafael Moisés Pereira dos Santos, de 38 anos, trabalha na Companhia de Urbanização do Município de Goiânia (Comurg), sendo um membro no serviço essencial para a cidade.

Porém, há muito mais tempo, o servidor também é membro essencial na cena de hip hop goianiense. Na atividade desde 1999, o artista já tem 77 canções gravadas, 11 clipes lançados e até uma vinheta tema de série.

Assinando pelo codinome Yelow, o rapper explicou ao Portal 6 que a alcunha deriva de um apelido que ganhou ainda na infância.

“Meus amigos me chamavam de ‘amarelo’, e eu levei isso para frente. No início era Yellow Man, mas já tinha um artista com o mesmo nome, então eu mudei, para entrar nas plataformas digitais de música”.

Para o artista, o hip hop é muito mais que um hobbie e tem poder transformador.

“O rap é uma ferramenta muito importante para levar informação, incentivar as pessoas a seguirem os sonhos, aprenderem os caminhos certos”, defendeu.

Rhafael revelou que, para conciliar o trabalho na Comurg e na produção musical, ele precisa seguir à risca uma rotina.

“Eu acordo 5h45, levo minha filha de 14 anos para a escola e fico no trabalho até 16h. Depois disso, eu venho para casa, descanso um pouco e vou direto para o estúdio”.

Ao longo dos 13 anos em que está na Companhia de Urbanização, Rhafael trabalhou no Aterro Sanitário de Goiânia, na limpeza pública, coleta orgânica e na varrição. Hoje, ele realiza serviços de poda e corte de grama com costais.

Ele destacou que todo esse tempo foi fundamental evoluir não só como artista, mas também como pessoa. “Trabalhar nas ruas me trouxe uma experiência incrível”, destacou.

Ao longo da trajetória de vida, o artista também participou de uma campanha, em 2001, que culminou na primeira pista de skate pública de Goiânia, na Praça da Paz, no setor Cândida de Morais.

Trajetória

A carreira musical de Yelow já contou com muitas formações ao longo desses quase 25 anos. Durante esse tempo, um parceiro foi fundamental na evolução como artista.

“Ainda em 2000 eu fiz um grupo com o Ras Tibuia, ‘A Tropa H2’, em que a gente falava sobre nossas vivências e andar de skate. Nós até cantamos no Canto da Primavera, em 2013”.

Poucos anos depois, Yelow se juntou com o produtor Saggaz e deram início ao coletivo de rap Wu-Kazulo em 2016, um dos mais influentes na cena local.

“Wu é uma referência a um grupo de rap norte americano, chamado Wu-Tang Club. Já o Kazulo vem de casulo mesmo, porque simboliza o acolhimento do grupo, para depois crescer e sair pronto para voar”, explicou.

Atualmente, o Kazulo conta com Yelow, Ras Tibuia, Saggaz, Renedy, Dam, Lukas SL e Luz Negra na formação. Esta última, inclusive, fez participação em um projeto audiovisual bem inusitado do qual Rhafael fez parte.

Em 2018, ele escreveu, cantou e estreou como ator-coadjuvante na série “Meu Skate Não é Enfeite”, inspirada em uma música que ele havia feito com o Ras Tibuia.

“O pessoal soube da nossa história e veio atrás. De cara a gente já ficou muito feliz, foi uma experiência única, muito gratificante”, relembrou.

A canção se tornou vinheta do seriado de ficção juvenil, exibido na TV Brasil, que aborda a história de um coletivo de skatistas goianos em luta pela manutenção de pista de skate importante para a comunidade.

Rhafael comentou que praticamente todos os atores envolvidos no projeto são da cena do skate, incluindo a Luz Negra e que ficou muito feliz de ver o trabalho dele servindo pra inspirar outras pessoas.

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