Esposa que matou marido na Bahia aparece em Anápolis e família da vítima teme por filhos do casal: “estão com medo”

"Já perguntaram se ela virá matá-los", diz avó sobre netos, que presenciaram assassinato há dois meses

Da Redação Da Redação -
João Victor e a esposa, que o matou e agora está em Anápolis. (Foto: Reprodução)

A família de João Victor Lopes de Souza, que foi assassinado pela própria esposa em abril, em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, está em pânico depois que a mulher veio para Anápolis.

Os familiares chegaram até mesmo a registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil após receberem ligações e mensagens dela e do pai.

A mulher tem publicado nas redes sociais que está na cidade. Num dos textos enviados à família do marido assassinado, ela diz que sofre sem os filhos, que moram com a avó em Anápolis.

As tentativas de contato deixaram os mais próximos de João Victor assustados, especialmente a mãe dele, Synara Machado, que cuida dos netos, de 03 e 05 anos, desde a tragédia.

“A gente fica com medo das atitudes dela. As crianças têm muito medo, pois elas presenciaram tudo”, disse ao Portal 6.

A avó conta que os netos, dois meses depois da tragédia, fazem tratamento psicológico, “estão bem tratadas e bem cuidadas”, mas ainda traumatizados.

“Eles questionam se a mãe está escondida para não ser presa. Já perguntaram se ela virá matá-los”, revela Synara.

“Ela está andando aqui normalmente, como se fosse uma boa cidadã, que nada fez. Eu posso ter paz para andar com essas crianças na rua com ela solta?”, questiona.

A guarda dos netos ainda não foi concedida à avó pela Justiça, mas o processo está em andamento. O Conselho Tutelar, porém, já determinou que a mãe não poderia ficar com as crianças.

Até o momento, a família de João Victor ainda não se encontrou com ela. Contudo, há o temor de que a mulher possa procurar os filhos.

“A própria escola tem medo dela chegar lá. Os dois estudam comigo lá. Sempre fui presente. Ela nunca se preocupou com eles”, relatou.

Amedrontada, Synara diz que vai recorrer à polícia se a mulher ou a família os procurarem. “Se ela aparecer, a primeira coisa é ligar para a polícia. A gente já falou com o advogado, que nos orientou a fazer o boletim de ocorrência”, contou.

Crime motivado por ciúmes

A mulher, de 36 anos, procurou a polícia baiana no dia seguinte ao assassinato do marido e admitiu ter golpeado João Victor, que tinha 29 anos, com uma faca depois da discussão.

Segundo ela, a briga foi motivada por ciúmes. O casal já tinha se desentendido um pouco antes de voltar para casa, enquanto visitava uma amiga. Quando retornaram para a residência do casal, a mulher acertou uma facada no peito da vítima.

Ela se apresentou na delegacia com dois advogados e foi liberada após prestar depoimento.

Defesa

Em nota enviada ao Portal 6, a defesa da mulher afirmou que o Conselho Tutelar não determinou o afastamento da mãe. “Primeiro, porque as crianças não estão em situação de risco e a mãe não está incapaz de exercer a guarda. Em segundo lugar, jamais existiu tal tipo de determinação pelo conselho”.

Os advogados asseveram ainda que “já houve decisão judicial ordenando que os avós paternos devolvessem as crianças para a mãe” e que “está registrado que as crianças têm saudades da mãe e que existe o desejo de estar ao lado dela, o que é incompatível com a versão de que elas estariam com medo”.

A nota reforçou que a vinda da mulher a Anápolis “não foi clandestina nem proibida, apenas representou o desejo de que fosse cumprida a ordem de restauração do convívio familiar, da qual os avós já tiveram ciência.”

Por fim, a defesa diz que a perde de um ente querido “não autoriza a tentativa de separar uma mãe de seus filhos” e que “é inadequado falar em ‘assassinato’, porque isso exigiria a prova certa da intenção e da frieza de alguém”.

“E mesmo que fosse o caso, isso não determinaria a perda do direito de guarda ou a exclusão do convívio com a família materna. Por maior que seja a tragédia, o certo é que a mãe tem o direito de lutar para estar com seus filhos e para que eles não sejam usados como vetores de ressentimento”, conclui.

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