Após perder a visão em acidente, jovem goiano encontra forças no futebol

Homem já era fascinado por esportes antes da tragédia e decidiu entrar de cabeça no ramo

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
À esquerda, Maicon Rodrigo de Almeida. (Foto: Reprodução)

“Quando eu fui jogar bola pela primeira vez depois da tragédia foi o melhor dia da minha vida desde que tudo aconteceu“, revelou o goiano Maicon Rodrigo de Almeida, de 26 anos, vítima de um grave acidente de trânsito que acabou o deixando cego. 

Enquanto dirigia para ir buscar a mulher no trabalho, em 12 setembro de 2021, o rapaz acabou batendo na traseira de um carro – motivo que causou a deficiência atualmente.  Após ficar 18 dias internados e mais 8 em tratamento, o rapaz teve o diagnóstico confirmado no dia 11 de outubro do mesmo ano. 

“Quando a enfermeira me contou que eu não podia enxergar foi um verdadeiro soco no meu rosto. Foi um choque, rápido, mas eu desconfiava pois não estava enxergando antes”, revela ao Portal 6

Mas nem mesmo a descoberta foi capaz de interromper os sonhos de Maicon. Ele – que era um verdadeiro apaixonado por futebol – viu uma oportunidade de se reinventar por meio de uma iniciativa da gerência de Desporto Paralímpico, da Secretaria Municipal do Esportes (SMESP). 

De acordo com o homem, tudo começou após um amigo o apresentá-lo ao grupo e o levá-lo para treinar juntamente com outros jogadores portadores da mesma deficiência que ele 

“Gostava de jogar por hobbie mesmo e nunca pensei que eu ia chegar em um lugar pra jogar depois do acidente. Poder fazer isso de novo, que é algo que gosto bastante foi emocionante. Eu não esperava”, ressalta. 

Quem pensa que é fácil, está enganado. Para entrar para a equipe, é necessário saber manusear muito bem a ‘bola no pé’ e resistir a rotina de treinamento preparada pelo treinador da equipe. 

Segundo Maicon, os treinos têm duração média de 2 horas por dia e acontecem de segunda, quarta e sexta-feira.

“É um time que tem um sonho alto de disputar grandes coisas, então tudo o que eu puder fazer para ajudar e estiver ao meu alcance, eu farei” afirma. 

Porém não é só a equipe que também almeja um grande crescimento. Segundo o rapaz, o próximo passo é tentar se profissionalizar na área e garantir vitória para a equipe. 

“Eu percebi que tem pessoas iguais a mim e que minha vida não acabou por conta da deficiência. Me tornei bastante comunicativo e já consigo até ir nos lugares sozinhos por conta do futebol”, diz. 

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