O que explica o alto índice de casos de dengue em Goiás durante período de seca

Estado já conta com 111 mortes pela doença este ano, quase 200% maior que se comparado ao mesmo período do ano passado

Emilly Viana Emilly Viana -
Imagem mostra agente averiguando possível foco de dengue. (Foto: Claudivino Antunes)

O surto de dengue em Goiás neste ano já é três vezes pior que nos oito primeiros meses de 2021. Com aumento de 310% nos casos, o mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, não tem dado trégua nem durante o período de estiagem.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) apontam que, até esta sexta-feira (02), quatro municípios apresentam risco alto no mapa de incidência de dengue no estado: Jaraguá, Rio Quente, Goianápolis e Ouvidor. Além deles, outros 13, como Anápolis e Alto Paraíso de Goiás, estão sob risco médio e tem a atenção da pasta voltada para eles.

Ao Portal 6, a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, explica que, historicamente, o estado não tem conseguido zerar os casos nesta época do ano. “Desde os anos 2000, vemos esse cenário de casos persistindo, mesmo sem chuvas. É um momento para reforça o cuidado, não podemos baixar a guarda”, afirma.

Recipientes como caixas d’água, vasos de planta e vasilhas de pets têm sido os principais criadouros do mosquito fora da temporada de precipitação. “São os próprios moradores que estão levando o mosquito para suas casas, achando que está livre da dengue nesses meses”, alerta.

Em 2022, o estado já contabiliza 111 mortes por dengue – um aumento de 192% em relação ao ano passando, quando 38 óbitos foram registrados pela SES. Outros 131 são investigados pela pasta. Goiânia (30), Aparecida (10) e Anápolis (9) lideram a lista de municípios com mais vítimas da doença.

Reforço

Com os casos de dengue na seca preocupando a secretaria, medidas de controle foram adotadas para tentar controlar os casos. Os agentes de endemia estão passando por ciclos de qualificação, para atualizar os protocolos e auxiliar na aplicação correta do famoso “fumacê”.

“Não podemos fazer a pulverização com a umidade do ar abaixo de 60%, mas já temos que preparar esse profissional antes das chuvas chegarem. A eliminação do mosquito tem que ocorrer, principalmente, em seu nascimento”, destaca a superintendente da SES.

A preocupação também aumenta diante de um novo sorotipo do vírus. “Não temos imunidade contra ele, pois ainda não havia circulado em nosso estado. Foi feito um plano de contingência que envolve monitoramento das ocorrências e assistência aos pacientes, por meio da capacitação de profissionais e controle vetoriais”, cita.

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