Candidatos à reeleição, quatro deputados de Goiás mudam declaração de cor neste ano

Parlamentares que se declararam brancos em 2018 passaram a se registrar como pardos em 2022. Mudança pode trazer benefícios

Emilly Viana Emilly Viana -
Candidatos à reeleição, quatro deputados de Goiás mudam declaração de cor neste ano
Da esquerda para a direita, os deputados Julio Pina (PRTB), Lucas Vergílio (Solidariedade), Professor Alcides (PL) e Wilde Cambão (PSD). (Foto: Montagem / Portal 6)

Quatro parlamentares de Goiás mudaram a autodeclaração de cor feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dois deles concorrem à reeleição pela Câmara Federal e os outros dois tentam renovar mandatos na Assembleia Legislativa.

Os candidatos que, em 2018, se declararam brancos se registraram, neste ano, como pardos. São eles: Julio Pina (PRTB) e Wilde Cambão (PSD), postulantes ao cargo de deputado estadual, e Lucas Vergílio (Solidariedade) e Professor Alcides (PL), que concorrem novamente como deputados federais.

Em 2020, o TSE decidiu que os candidatos negros – pretos e partos – devem receber recursos proporcionais na distribuição das verbas do chamado ‘fundão eleitoral’. A decisão também prevê igualdade entre as raças no tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.

As eleições deste ano são as primeiras de nível geral a ter a regra. Há quatro anos, os partidos não eram obrigados a observar o critério racial para repassar valores às campanhas. Com isso, a mudança de cor pode impactar diretamente na distribuição pública de financiamento de campanha.

Ao Portal 6, os candidatos Julio Pina e Wilde Cambão alegam que a autodeclaração da cor branca em 2018 foi um erro das equipes de assessoria de comunicação e jurídica, que preencheram o registro de candidatura no sistema do TSE. Ambos afirmam que sempre se consideraram pardos.

Pina disse, ainda, que o PRTB não utiliza fundão eleitoral e que, por isso, não teria intenção de obter benefícios de políticas afirmativas para pessoas negras. Wilde Cambão, por sua vez, garante que não tinha conhecimento da regra quando a mudança foi feita e que nunca teve esse objetivo.

A reportagem não conseguiu contato com Professor Alcides e Lucas Vergílio.

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