Mais uma vez, frentistas e donos de postos de Goiânia tentam fechar acordo

Representante diz que classe não abre mão de percentual de reajuste e que, na falta de acordo, seguirá em greve

Emilly Viana Emilly Viana -
Imagem mostra frentistas protestando em posto de gasolina de Goiânia. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Mais uma tentativa de acordo entre os frentistas que estão de greve e os donos de postos de combustíveis de Goiânia será realizada nesta terça-feira (27), às 10h. Os trabalhadores e os proprietários chegaram a se reunir no último dia 19, mas não houve consenso.

O encontro será mediado, mais uma vez, pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 18ª Região Goiás. Na ocasião, representantes do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de petróleo de Goiás (Sinpospetro-GO), que lideram a paralisação da categoria, buscam reajuste salarial e manutenção dos benefícios.

A classe pede aumento de 21,42%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Ao Portal 6, Carlos Pereira, um dos dirigentes do sindicato, diz que os frentistas não abrem mão do percentual. “Já apresentamos várias propostas ao sindicato patronal, mas sempre negam. Também não trouxeram nada para essa negociação, então a expectativa é que não haja acordo”, estima.

O dirigente afirma que, desde o início da paralisação, em 12 de setembro, o Sinpospetro não consegue dialogar com o Sindicato do Comercio Varejista de Derivados de Petróleo de Goiás (Sindiposto). “Eles se recusam a receber a nova convenção e não querem nem ouvir novas propostas. Só pedimos que o salário acompanhe o aumento da cesta básica e que os benefícios continuem”, protesta.

Sem acordo, os trabalhadores esperam que o TRT 18 julgue favorável o dissídio coletivo ajuizado pelo Sinpospetro. O processo dá ao poder judiciário a missão de solucionar o conflito. O Tribunal, no entanto, já considerou inconstitucional uma ação semelhante devido a exigência de comum acordo entre as partes.

Neste caso, a aprovação só poderia vir em caso de greve. Porém, com a adesão em torno de 20% a 30%, o sindicato laboral pode perder mais uma ação. “O baixo número de pessoas que aderiram ao movimento se deve à pressão dos proprietários. Estamos fazendo protestos diários, nos postos, e às vezes colocam até seguranças para barrar a gente”, conta.

A reportagem tentou contato com o Sindiposto, mas não obteve sucesso até o fechamento desta edição. Há duas semanas, o presidente do sindicato patronal, Márcio Andrade, disse ao Portal 6 que o movimento não afetou os postos e que os empresários já concederam reajustes de forma voluntária. Os frentistas prometem seguir em greve na ausência de um acordo.

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