Goiânia caminha para ser ‘cidade de 15 minutos’ nos próximos anos, analisa urbanista

Ao Portal 6, especialista indica mudanças no Plano Diretor que trazem perspectivas promissoras para o crescimento da capital

Emilly Viana Emilly Viana -
Imagem aérea de Goiânia. (Foto: Divulgação / Prefeitura de Goiânia)

Os próximos 10 anos prometem um desenvolvimento mais democrático e autossuficiente para Goiânia. É o que avalia o arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves, que vê o modelo de ‘cidade de 15 minutos’ como o futuro da capital.

Às vésperas do aniversário de 89 anos do município, o especialista projeta que ‘microcentralidades’ irão surgir em diferentes regiões. Isso significa que bairros de grandes empreendimentos verticais, como nos setores Marista e Bueno, perderão a preferência do mercado imobiliário, que investirá em estruturas autônomas em novos pontos.

O crescimento só será possível, segundo Paulo Renato, por meio da atualização do Plano Diretor, sancionado em março deste ano. “Nos últimos dez anos tivemos um adensamento urbano que cresceu de forma acelerada. Surgiram vários problemas com esses prédios sem limites e agora, com as novas diretrizes, isso ser melhorado”, pondera.

Uma das medidas que favorece a mudança é o estímulo da chamada ‘fachada ativa’. “É quando um incorporador coloca comércio no térreo do edifício e recebe incentivos do município. Com isso, o morador não demorará 15 minutos para realizar compras ou até buscar algum tipo de entretenimento, o que é ideal para uma cidade como a nossa”, expõe.

Para ele, o trânsito de Goiânia deve ser o mais beneficiado com a estruturação. “Sem frear o crescimento vertical, vimos surgir dezenas de arranha-céus nos últimos dez anos, com centenas de família passando a viver em uma quadra só. O resultado para o tráfego foi caótico, mesmo em bairros residenciais”, lembra.

O arquiteto argumenta, ainda, que a questão é social. “Quanto mais prédios em regiões nobres, mais o metro quadrado fica caro e mais a população pobre é empurrada para os residenciais às margens da cidade. Essas pessoas levam de duas a três horas para chegar ao trabalho, então também vira um problema de qualidade de vida”, aponta.

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