Trabalhadores de obra em Anápolis ficaram 2 meses sem salários e dormiam em caminhões

Operação do MPT-GO constatou também que eles tinham restrição nas folgas e precisaram improvisar fogões

Rafael Tomazeti Rafael Tomazeti -
Trabalhadores dormiam nos próprios caminhões. (Foto: MPT-GO)

Uma operação do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) flagrou 11 pessoas em condições precárias de trabalho no canteiro de obras da construção do canal de drenagem do Aeroporto de Cargas de Anápolis.

A diligência foi realizada na quarta-feira (09). Os trabalhadores estão, conforme a investigação, há dois meses sem salários e dormiam nos próprios caminhões, uma vez que não havia alojamento.

A responsável pela obra é a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), e a construção é conduzida por duas empresas.

As empreiteiras também disponibilizaram alimentação adequada. O MPT-GO verificou que apenas o almoço era fornecido. Os contratos de trabalho também não foram formalizados, e os funcionários atuavam também em todos os feriados, desde agosto, sem direito a repouso semanal.

A cozinha também estava fechada desde agosto. Com isso, os trabalhadores precisaram improvisar fogões com tijolos para aquecer alimentos. As empresas não arcavam com limpeza ou manutenção dos banheiros. Os próprios obreiros passaram a executar esses serviços.

Funcionários improvisaram fogões. (Foto: MPT-GO)

A Goinfra e as duas empresas foram notificadas para que as irregularidades fossem sanadas em 48 horas. Ao Portal 6, a agência informou que já encaminhou os esclarecimentos solicitados ao Ministério Público do Trabalho (MPT-GO).

Leia a nota na íntegra:

A respeito de informações solicitadas pelo Portal 6, a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) informa o que se segue:

– A Goinfra já encaminhou todos os esclarecimentos solicitados ao Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) e acionou a empresa contratada para que todas as providências necessárias sejam tomadas para solucionar quaisquer irregularidades.

– Ressalta-se que a agência não tem nenhum vínculo empregatício com os trabalhadores citados pela reportagem e que exige, em todos os seus contratos, que as empresas cumpram rigorosamente com as legislações trabalhistas vigentes, sob pena de multa ou rescisão de contrato.

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