Cerrado deve perder um terço da água nos próximos anos e corre risco de secar, diz estudo

Efeitos seriam catastróficos não só para a vida, mas também para o agronegócio

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Seca no cerrado. (Foto: Divulgação/Confederação Nacional dos Municípios)

Nos próximos 28 anos, o bioma predominante em Goiás deve perder um terço da vazão de água. É o que aponta um estudo apoiado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), denominado “O forte impacto do desmatamento e das mudanças climáticas nas vazões do bioma Cerrado brasileiro e um futuro preocupante”. 

A pesquisa levou em consideração a análise minuciosa de 81 bacias hidrográficas distribuídas pelo cerrado, realizada entre 1985 e 2022. Destas, a diminuição da vazão por conta das  intensas mudanças do uso do solo já foi percebida em 88%.

Ao todo,  93% das bacias de Goiás devem sofrer diretamente com a redução da disponibilidade de água. Além disso, exatos 34% da vazão deve ser perdida ao longo dos anos.

Segundo o estudo, a principal causa para este perigoso problema seria o desmatamento, sendo o grande vilão de 56% deste impacto no bioma.

Ademais, o levantamento ainda aponta uma tendência sistêmica de que até 2050, o estado sofra com escassez de água e ampliação do estresse hídrico causado por conta, principalmente, do agronegócio.

Isso porque as mudanças no uso da terra pela expansão da agricultura e de pastagens, seriam as grandes responsáveis por aproximadamente 46% da emissão de gases de efeito estufa (GEE) do país, impactando diretamente nas mudanças climáticas.

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