Patronato Madre Mazzarello e outras escolas de Anápolis perdem convênio e têm futuro em risco

Secretaria Estadual de Educação não renovou acordo que ajuda na manutenção. Medo toma conta dos gestores e estudantes

Rafael Tomazeti Rafael Tomazeti -
Escola Patronato, em Anápolis. (Foto: Divulgação)

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) deu fim ao convênio com nove escolas de Anápolis. Foram afetadas a Patronato Madre Mazzarello, Bom Samaritano e Bezerra de Menezes, o Colégio Santa Catarina, Educandário Espírita, Dayse Fanstone, Maria Montessori Apae, Sesi Jaiara e Sesi Jundiaí.

Somente no Patronato são, segunda a direção, cerca de 700 estudantes já matriculados para o ano letivo de 2023. No entanto, sem o convênio, a unidade de ensino terá dificuldades para se manter.

Segundo a diretora da escola, Raquel Vieira da Luz, há pouco espaço para a sobrevivência da unidade como ela é. “Eu enxuguei tudo que podia. Se não conseguir reverter, vamos tentar colocar um preço acessível e enxugar mais ainda”, disse ao Portal 6.

“É difícil porque vou precisar contratar todos os professores. Já pagava 50%, mas a escola não vai fechar. São 64 anos de história”, completou.

Raquel explica que, como todo ano, foram enviados os documentos para renovação de convênio, mas não houve resposta. Numa reunião com a secretária de Educação, Fátima Gavioli, ela recebeu a má notícia.

“Ela [secretária] foi categórica: ‘estamos cancelando todos os convênios’. Fomos pegos de surpresa, mesmo que eles sempre ameaçassem cancelar todos os anos. E isso não afeta só Anápolis, é todo o estado, todas as unidades”, apontou.

Explicação

Em nota, a Seduc informou que ainda faz o processo de renovação de convênio com as escolas privadas e disse que, para 2023, “serão renovados, exclusivamente, os convênios onde não há, na região, escolas públicas estaduais para o pleno atendimento à demanda dos estudantes”.

A pasta explicou que “o processo da renovação dos convênios é implementado considerando-se a adequação à legislação, a otimização na utilização dos recursos públicos e o melhor atendimento possível à demanda da Educação pública estadual”.

Segundo a secretaria, “as escolas conveniadas têm funcionamento e financiamento próprios por intermédio de seus mantenedores e, inclusive, através da cobrança de taxas de matrícula, mensalidades, entre outros”.

A Seduc afirmou que “apenas uma parte dos alunos atendidos nas escolas conveniadas são da rede pública estadual, motivo pelo qual, com o atendimento deles nas escolas estaduais, torna-se desnecessária a renovação do convênio”.

Por fim, a pasta destacou que “todos os investimentos têm sido feitos para assegurar aos estudantes da rede pública estadual, para além da gratuidade e de benefícios como uniforme, materiais escolares, computadores, Bolsa Estudo, uma Educação de qualidade voltada à formação para a vida”.

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