Mesmo com casos suspeitos de rubéola descartados, retorno de doenças erradicadas em Goiás ainda é um risco

Baixa cobertura de vacinação, especialmente nas faixas etárias mais baixas, faz com que imunidade coletiva entre em xeque

Emilly Viana Emilly Viana -
Imagem mostra criança recebendo vacina. (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Goiás corre o risco de passar por vários surtos de doenças como a rubéola a exemplo do que ocorreu com o sarampo em 2019. Também de origem viral, a doença era considerada extinta desde 2015. Embora os quatro casos suspeitos em Goiânia tenham sido descartados nesta quarta-feira (08), a cobertura vacinal faz com o retorno do problema seja um risco cada vez maior.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a queda cobertura vacinal contra rubéola, que é feita com a vacina Tríplice Viral (sarampo, rubéola e caxumba), é preocupante quando comparado a porcentagem de um ano para o outro. Em 2021, a cobertura foi de 83,3% do público alvo. Em 2022, os dados ainda não foram fechados, mas, até o momento, a soma é de 65,7%.

Vale ressaltar que o Ministério da Saúde recomenda um índice de segurança de no mínimo 95%. Este número, porém, não tem sido alcançado nos últimos anos, especialmente quanto ao sarampo, rubéola e paralisa infantil.

Para o infectologista Marcelo Daher, os dados são alarmantes. “A redução da cobertura vacinal no estado de Goiás levanta muito o alerta sobre a possibilidade de um surto. Como a rubéola é uma doença que estava sob controle, a gente ter seis casos suspeitos é uma coisa que preocupa. E a permanência desse cenário de baixa imunização aumenta o risco real de volta das enfermidades que estavam controladas, como aconteceu com o sarampo”, informa.

Segundo o médico, a doença ficou sem nenhum registro por duas décadas no país e só reapareceu em 2019 porque houve uma redução da vacinação. “Não é que a população não queira se vacinar, mas está em dúvida. Então temos que trazer informações verdadeiras para que voltem a se imunizar e possamos ter o controle das doenças novamente”, destaca.

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